terça-feira, 21 de outubro de 2014

Annabelle: não espere se assustar como em Invocação do Mal


Na quinta-feira, dia 10 de outubro, estreou o filme Annabelle, e acho que não fui a única a ir ao cinema ver este filme com expectativas maiores do que deveria. Afinal, é um filme sobre a boneca que foi um dos elementos chave de algumas das melhores cenas do sucessoInvocação do mal, este que foi considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes de terror dos últimos tempos. Porém,Invocação do Mal foi dirigido por James Wan, que também dirigiu outros ótimos filmes de terror como Gritos Mortais (Dead Silence), Sobrenatural 1 e 2 (Insidious) e Jogos Mortais (Saw), e o talento do diretor para cenas de terror e suspense é notável nestas obras. Portanto, a ausência do trabalho do diretor neste filme foi notada, e não da melhor maneira possível.

O roteiro notavelmente tenta focar-se na boneca e no demônio que a habita assombrando o casal de protagonistas, Mia, John e seu bebê recém nascido. Porém, o que acaba ganhando mais espaço na trama (além dos problemas do casal e de suas piadinhas clichês que serviriam melhor para uma comédia romântica) é um ataque de dois membros de um culto satânico que invadem a casa dos protagonistas. Depois disso, vemos aparições do fantasma da mulher que pertencia ao culto satânico e, durante a invasão, se matou com a boneca no colo. Após o ataque, Mia começa a ver coisas estranhas acontecendo e, logo em seguida, a boneca causa um incêndio – incidente este que não tem grandes consequências a não ser uma mudança de ambiente, já que Mia jura que a casa era amaldiçoada após o ataque dos invasores e o incêndio, porém, tal mudança faz o enredo parecer mais lento e sem uma direção muito certa.

Depois que o casal se muda para um prédio, Mia conhece uma vizinha simpática, chamada Evelyn, que é dona de uma livraria, e Evelyn ajuda Mia a pesquisar em livros de ocultismo sobre como se livrar do demônio da boneca (Mia sabia que era um demônio, por causa de um padre que a visitou). As duas descobrem que o demônio quer uma alma e Mia se desespera, temendo pelo bebê. Chegamos então na metade do filme, aí que começam a ter algumas cenas que podem dar sustos, depois de mais de meia hora tão calma que quase dá sono. Há uma cena na qual Mia é perseguida pelo demônio nas escadas do prédio – esta cena até consegue dar uns alguns sustos quando vemos a protagonista fugindo em desespero. Porém, sua contextualização no roteiro é um tanto repentina, o que dificulta para construir uma tensão por todo o filme. A atmosfera não é construída aos poucos em todas as cenas, só é praticamente calma e, de repente, susto!

 

A trilha sonora, elemento chave para assustar em filmes de terror, não é a melhor possível e poucas vezes é utilizada de maneira que chegue a assustar. A fotografia, porém, é um dos poucos pontos realmente positivos do filme, que não hesitou em trabalhar bem nas alterações visuais de Annabelle conforme o demônio se apossa da boneca, além de o quarto onde ela se encontra também já ser um cenário bem interessante, cheio de bonecas antigas, e que poderia causar mais sustos do que consegue.

Enfim, Annabelle assusta? Depende do telespectador, como em todo filme. Em geral, os sustos são mais fracos e com certeza mais raros do que em Invocação do Mal. Se você ainda não viu Annabelle e quer ver porque gostou de Invocação do Mal, não assista com essa expectativa. Mas assista e tire suas próprias conclusões, afinal, apesar de ser mais fraco, tem cenas boas.

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