Edital Curta Afirmativo 2014, do Ministério da Cultura, privilegiará produções de diretores e produtores negros

Destacar e estimular o protagonismo de realizadores afro-brasileiros na produção audiovisual: este é o objetivo do edital Curta Afirmativo 2014, lançado pelo Ministério da Cultura por meio da Secretaria do Audiovisual em parceria com a Fundação Cultural Palmares. O edital, em sua segunda edição recebe inscrições até o dia 30 de janeiro. O prêmio será de R$ 100 mil para 21 curtas-metragens (temática livre) e R$125 mil para 13 médias-metragens que abordem a temática africana. Podem se inscrever diretores e/ou produtores brasileiros natos ou naturalizados, autodeclarados negros de acordo com as categorias utilizadas pelo IBGE (pretos, pardos). As inscrições serão feitas pelo site SALICWEB, e o processo seletivo composto por duas fases: habilitação (checagem de informações e documentos solicitados pelo edital) e classificação. Os critérios de avaliação dos projetos serão criatividade, inovação, qualidade do roteiro, desenvolvimento da temática e qualidade do plano de direção. Terão prioridade projetos provenientes dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Buscamos dar voz e protagonismo a produtores negros e à cultura negra, tão essenciais à nossa raiz brasileira, tão fundamentais na formação de nossa identidade como país, mas que historicamente ficaram excluídos das políticas públicas”, afirmou a Ministra Interina da Cultura, Ana Wanzeler. O lançamento do edital edital faz parte de ações afirmativas do MinC voltadas para a população afrodescendente, como feiras, intercâmbios, prêmios e outros editais. A edição do Curta Afirmativo de 2012  teve investimento de mais de R$ 2 milhões e beneficiou 30 projetos de jovens realizadores e produtores negros. Para saber mais, acesse o edital Curta Afirmativo 2014 – Protagonismo de Cineastas Afro-Brasileiros na Produção Nacional. Joel Zito Araújo, cineasta e pesquisador mineiro e curador do Centro Afro Carioca de Cinema, em entrevista ao Portal, em novembro, pontua a, ainda, recente formação de políticas públicas de produção e fomento para o audiovisual de temática afro-brasileira, apesar de existir uma grande demanda de jovens interessados em produzir. “O cenário não mudou o suficiente. Precisamos de ações mais arrojadas que considera importante mudar a discrepância entre a representatividade da raça negra na sociedade e na produção cinematográfica. São necessárias políticas públicas que apoiem a preparação de uma nova geração de profissionais”.