A Conexão Francesa

Depois de figurar nos cinemas nacionais, com a comédia Um Amor à Altura, Jean Dujardin, vencedor do Oscar de Melhor Ator, por O Artista, entra novamente em cartaz com o thriller policial: A Conexão Francesa. O longa, sitiado na cidade de Marselha, aborda a luta contra o tráfego de drogas na década de setenta e é baseado em uma história real, que também já fora retratada nos cinemas em Operação França, filme do diretor Willian Friedkin e vencedor de cinco Oscars, entre eles o de melhor filme.
Um dos pontos mais interessantes de A Conexão Francesa é o seu roteiro, que busca apresentar, não somente a perseguição entre os policiais e os bandidos, mas também o de mostrar as consequências que o cartel de drogas pode trazer a uma região, seja através da geração de empregos, pagamento de propinas ou da violência e senso de insegurança que proporciona. É muito interessante como o ambiente é tratado pela produção como algo maior do que os próprios personagens, sendo ele, até mesmo, melhor desenvolvido em alguns aspectos. Apesar de algumas soluções clichês, podemos dizer que o receio está sempre presente e nunca se sabe o que de vai acontecer, podendo haver traidores no grupo de policias, mortes inesperadas e reviravoltas na investigação.
Jean Dujardin faz um trabalho espetacular ao encarnar um juiz incorruptível e incansável na busca pela justiça. O ator consegue chamar o público para o seu lado e fazer com que este o admire e torça pelo êxito da operação, mesmo que através de meios ilegais. Gilles Lellouche, também está espetacular em cena e apresenta um chefe do tráfego diferente do que estamos acostumados a ver. O ator é extremamente comedido em sua atuação, transmitindo um enorme sentimento de frieza, inteligência e calculismo em suas ações. Não é preciso explosões, gritos ou que se bata em seus funcionários, para entendermos o real perigo proporcionado pelo seu personagem. Aliás a capacidade de apresentar opostos tão similares é mais um ponto para A Conexão Francesa.
A última cena do filme é a mais excepcional da produção e escancara o quão sujo pode ser um ambiente, que deveria sempre estar preparado para fazer o bem e defender o cidadão. A obra, como dito na introdução, se passa pelos anos setenta, mas a corrupção no sistema policial é algo que existe até hoje e, os eventos apresentados, nos faz lembrar do grande sucesso nacional Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro. A Conexão Francesa é, portanto, um filme competente, capaz de prender a atenção do espectador, mas que possui alguns erros, principalmente em sua montagem, que algumas vezes corta um ritmo frenético de ação para a introdução de uma subtrama familiar, que só serve para permitir ao espectador antever o seu final. Clamamos por mais filmes franceses em nosso circuito!

Nota do CD:
4 out of 5 stars

Sinopse: Pierre Michel é transferido para Maselha e logo descobre que seu maior desafio será desmembrar uma quadrilha de traficantes de heroína que domina a cidade. Acabar com ela torna sua obsessão e ele dedica anos de sua vida a essa missão.

Ficha Técnica:
Título Brasil: A Conexão Francesa
Título Original: La French
Gênero: Ação
Direção: Cédric Jimenez
Roteiro: Audrey Diwan, Cédric Jimenez
Elenco: Benoit Magimel, Bernard Blancan, Bruno Todeschini, Céline Sallette, Cyril Lecomte, Dominic Gould, Eric Collado, Eric Fraticelli, Féodor Atkine, Georges Neri, Gérard Meylan, Gilles Lellouche, Guillaume Gouix, Jean Dujardin, Jean-Pierre Sanchez, Martial Bezot, Mélanie Doutey, Moussa Maaskri, Pauline Burlet, Pierre Lopez
Produção: Alain Goldman
Fotografia: Laurent Tangy
Montador: Sophie Reine
Trilha Sonora: Guillaume Roussel
Duração: 135 min.
Ano: 2014
País: Bélgica / França
Cor: Colorido
Estreia: 11/08/2016 (Brasil)
Distribuidora: Imovision
Estúdio: Gaumont / Légende Films
Classificação: 16 anos