sábado, 25 de julho de 2015

O número de coproduções com o Brasil cresce e se consolida como uma oportunidade para jovens cineastas realizarem o primeiro trabalho


Segundo os últimos dados do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – OCA, da ANCINE, o ano de 2014 terminou com um total de 14 filmes coproduzidos entre o Brasil e outros país; dez anos antes, em 2005, por exemplo, a Agência apontava a existência de apenas um. Graças a essas parcerias realizadas com produtores de outros países, muitos filmes podem sair do papel, já que nem sempre o financiamento da obra é possível se realizado apenas pelo Brasil.

Esse crescimento é resultado das diversas ações implantadas nos últimos anos que fomentaram a produção e a troca de experiências com o mercado internacional. No início de 2015 a ANCINE anunciou um investimento no valor de em quatro editais binacionais, com Itália, Argentina, Portugal e Uruguai, e uma linha inédita do Programa Brasil de Todas as Telas, para o desenvolvimento e produção de longas-metragens feitos em parceria com 22 países. Há um ano a empresa também renovou dois programas de apoio voltados para a área internacional, ambos criados com o objetivo de incentivar a projeção da produção audiovisual brasileira no exterior.

Além dos programas e editais da ANCINE, os produtores e realizadores podem contar também com o Cinema do Brasil, um programa dedicado a aumentar a participação da indústria cinematográfica nacional no mercado externo, e com eventos e rodadas de negócio realizados anualmente, como o Encontro de Coprodução Internacional (do Festival CINERAMA.BC),  o Anima Business (Festival Anima Mundi), o Brasil CineMundi (Mostra CineBH), o Rio Content Market (Festival do Rio), Nordeste.LAB, Atelier do Cinéfoundation, (Festival de Cannes), entre tantos outros.

Além de recursos financeiros, o contato com outros profissionais agrega também novos olhares e possibilidades, experiência e uma importante rede de contatos. A diretora brasileira Paula Kim participou da 11ª edição do Atelier do Cinéfoundation, do Festival de Cannes com o projeto do longa-metragem Diário de Viagem (Butterfly Diaries em inglês). Antes de ir, a expectativa da diretora e da produtora Diana Almeida (da Lacuna Filmes, de Hoje eu quero volta sozinho) era conseguir financiamento para filmar. Paula pretendia encontrar um coprodutor europeu que também se envolvesse com a história. Ao voltar de lá, a diretora conta que mudou um pouco a percepção das possibilidades do filme conversando com profissionais da área em Cannes. “Estamos reprogramando algumas coisas. Estamos estudando, em relação a orçamento e equilibrando com possibilidades de carreira do filme, qual seria a melhor solução para que ele tenha a melhor das carreiras dentro do que o próprio projeto se propõe a fazer e a contar”, contou.

De acordo com Cecília Gabrielan, integrante da Comissão de Seleção de Projetos do Brasil CineMundi, que está com as inscrições abertas até o dia 3 de agosto, tanto os editais como a participação em rodadas de negócio são excelentes caminhos, mas as possibilidades de ganhos nos encontros são muito mais amplos. Nesta edição do Brasil CineMundi, os diretores e produtores dos projetos receberão uma consultoria personalizada, para aprofundar questões do projeto. E somente depois participarão dos meetings. “Esse tipo de ação, juntamente com os meetings, amplia a experiência e a capacitação dos diretores e produtores, gerando assim projetos de maior qualidade, com maiores chances de participarem também de editais e outros encontros em festivais e fundos internacionais”, afirma.

Outro ponto positivo abordado por Cecília é o network proporcionado por esses encontros, por meio dos quais muitos projetos conseguem ter acesso à distribuição no mercado internacional e ampliar a participação em importantes festivais fora do país.

O BRASIL CINEMUNDI – International Coproduction Meeting conecta a produção independente e o mercado audiovisual internacional, ampliando a rede de contatos e negócios entre os profissionais brasileiros e representantes da indústria mundial, além de ser uma ferramenta de formação e treinamento de profissionais da área do audiovisual sobre as tendências do cinema contemporâneo e inserção no mercado internacional. Segundo Cecília, a França é um dos países que mais tem participação no evento. “Dados da Ancine, que publicamos no catálogo da Mostra CineBH no ano passado, apontam Portugal, França e Argentina como os países que mais realizaram coproduções com o Brasil, no período de 2005-2013”, afirma.

Além do trabalho desenvolvido pelo evento, a organização realiza um acompanhamento dos projetos que já participaram do Brasil CineMundi e Cecília assegura que uma parte considerável foi produzida ou está com acordos encaminhados.

Atualmente o Brasil CineMundi tem parcerias com o Torino Film Lab (Itália), Ventana Sur (Argentina) e Cenélatino, Rencontres de Toulouse (França). As inscrições de projetos para  o encontro estão abertas até o dia 3 de agosto e devem ser realizadas pelo site da Universo Produção. Clique aqui para ler o regulamento e participar.

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