sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Vídeos Corporativos são nicho atrativo para quem quer ingressar no mercado audiovisual

Vídeos corporativos são uma das principais ferramentas de comunicação usada pelas empresas hoje em dia. Eles podem ter diversas finalidades como treinamentos, reuniões internas, eventos, feiras de negócio, sites institucionais, entre outros. Historicamente eles eram vídeos mais sérios em linguagem, mas isso mudou bastante nos últimos anos.

Luiz Zen, da Armazen Filmes, uma produtora premiada nesse tipo de vídeo, explica sobre algumas peças mais conservadoras, “é sempre interessante propor algo novo aos clientes e fazer com que eles pensem se o formato tradicional surte tanto efeito quanto é esperado, afinal, o público de um vídeo corporativo têm as mesmas referências externas de qualidade e entretenimento”.

Zen complementa que sua intenção é traduzir o projeto para uma linguagem assimilável e que seja aceita e entendida de forma agradável. “Para isso a gente utiliza mais linguagem televisiva, publicitária e cinematográfica. Cada vez menos usamos o formato corporativo tradicional. Se um funcionário tem que assistir a um vídeo corporativo, que seja com prazer, dando risada, emocionando-se”, reflete.

Zen explica que participar de todo o processo é muito importante para garantir a qualidade do produto final. “Gosto muito de editar, animar, dirigir e não quero abrir mão de fazer isso nunca. Isso traz segurança para o cliente, ele sabe que está conversando com quem realmente vai “botar a mão na massa”.

No entanto, não existe apenas “uma forma” de fazer vídeos corporativos. “Acredito que ainda temos espaço para linguagens mais filosóficas, quase meditativas” diz Philippe Henry, da PH Multivisão & Vídeo, que atua há mais de trinta anos no mercado audiovisual, tendo passado pelo Brasil, Estados Unidos e França, país onde nasceu.

Henry aponta um exemplo de como linguagens tidas como “sérias” funcionaram ao surpreender. “Fizemos um vídeo para uma fabricante de tintas, onde o público-alvo eram oscordeiros, aqueles pintores que ficam literalmente pendurados. Sugerimos usar o João Cabral de Melo Neto, com ritmo lento, poético. Não foi fácil convencer o cliente, mas eles toparam e o vídeo foi um sucesso entre os pintores”, recorda.

Esse não é um caso isolado. O diretor chegou a produzir peças institucionais com quinze minutos de duração, que poderiam ser comparadas em tempo e linguagem com curtas metragens.

Um desafio é que as grandes empresas direcionam seus orçamentos em grande escala para a publicidade, deixando uma verba menor para outras áreas de comunicação, por isso essas peças também podem ser produzidas em baixo-orçamento, fazendo com que as margens de lucro não sejam tão superiores ao mercado audiovisual autoral.

Ao explorar esse mercado, uma produtora nova enfrentará o primeiro passo natural de todo empreendimento: conquistar clientes. No caso dos vídeos corporativos, uma fórmula que dá certo, de acordo com Zen, é que o próprio profissional que se envolverá na parte criativa do projeto, desde o roteiro até a edição, seja o representante da produtora nas reuniões de negócio. Ele acredita que mesmo se um dos sócios ou outro profissional esteja mais focado na parte comercial, é importante que ele entenda do processo de produção.

Henry ressalta que com as novas tecnologias é mais fácil e barato abrir uma produtora, mas que muitas não conseguem se manter no mercado por muito tempo. Como dica para quem está começando, ele relembra duas regras de ouro: “Oportunidade não é fazer o que todo mundo está fazendo. Além disso, qualidade é sempre fundamental”.

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