“Sete homens e um destino” (1960)

Em tempos de refilmagens, nada melhor do que ir até o “original”. “Sete homens e um destino” de 1960 pode ter considerado um filme dewestern que marcou época. Um longa que mesmo antes da sua refilmagem, nunca deixou de ser visto por novos amantes desse gênero. A história é a clássica do faroeste norte americano, com vilões, heróis e feitos pra lá de emocionantes, porém o que poucos sabem, é que a história foi baseada em um filme japonês, do grande mestre Akira Kurosawa, “Os sete samurais”. No entanto, o filme de 1960 foi além na tentativa de recuperar o espírito dos clássicos de western que lhe antecediam. A história se passa em uma cidade texana (berço dos mais famosos westers norte-americanos), onde fazendeiros mexicanos se encontram sob o terror do bandoleiro Calvera (interpretado por Eli Wallach), e em busca de uma solução, reúnem tudo que possuem para contratar pistoleiros. Eis que temos a deixa para que os sete homens do título entrem em cena e façam seu papel. O grupo formado por lendas do cinema como Yul Brynner, Steve MacQueen, Robert Vaughn, Brad Dexter, James Coburn, Charles Bronson e Horst Buchholz. À primeira vista, o filme poderia ser apenas mais uma “sessão da tarde”, mas a maneira como John Sturges conduz o longa faz toda a diferença, com suas tomadas primorosas, onde retrata a aridez do deserto, com imagens realistas, um deleite para os amantes do gênero, assim como, as atuações dos atores em seu auge de carreira, seduz o espectador, com destaque para Yul Brynner, que fez história ao emprestar seu talento para o pistoleiro Chris. O roteiro, no entanto não é dos melhores, e depois do primeiro ataque (indiscutivelmente o maior clímax do longa) a história parece apenas se estender, sem muito ter o que contar, inclusive alguns personagens poderiam ter sido mais bem explorados, no entanto acabam servindo somente de “pano de fundo”, o que pode causar um incomodo para quem gostaria de entender um pouco mais da história por trás de cada um. Um dos pontos altos da trama é a relação dos pistoleiros com o povo nativo da região, que cativa quem assiste e faz com que os nossos setes homens se mantenham nessa missão completamente suicida. E posso citar como ponto forte também o fato de que a maior preocupação do longa não é a “ação” em si, mas muito mais a preparação, o orquestrar, o que o torna um filme inteligente e cativante. A trilha sonora, indicada ao Oscar, é outro ganho, pois além de clássica, consegue ser atemporal. Existem algumas curiosidades interessantes sobre o longa: ele não é tão original como todos pensam, pois é na verdade um remake do filme “Os sete samurais”; cinco dos sete atores que deram vida aos pistoleiros viraram astros de ação no cinema, Charles Bronson virou ídolo de jovens após esse filme, o que alavancou sua carreira e Yul Brynner passou a vestir somente preto, já que essa era a característica do seu personagem, depois das filmagens. O filme ainda teve três continuações, A Volta dos Sete Magníficos (1966), A Revolta dos Sete Homens (1969) e A Fúria dos Sete Homens (1972), mas nenhuma emplacou sucesso, nem de bilheteria, nem de crítica. E por falar em bilheteria, o filme original foi mais bem sucedido na Europa do que nos Estados Unidos. A história ainda rendeu uma série de televisão, em 1998. Um filme para ficar na história como uma obra prima do western da época de ouro de Hollywood. Nota do CD: 4 out of 5 stars Sinopse: Em um vilarejo mexicano, os habitantes sofrem constantes ataques de um bando de pistoleiros liderados pelo temido Calvera (Eli Wallach). Cansados de serem saqueados, alguns moradores locais que não têm armas e muito menos temperamento violento viajam até a fronteira, onde encontram Chris (Yul Brynner) e Vin (Steve McQueen), dois pistoleiros desempregados que estão dispostos, não pelo dinheiro mas pela aventura, a reunir mais cinco outros foras-da-lei, que concordam por motivos diversos, a defendê-los de Calvera. A vitória parecia assegurada, mas Calvera não desiste facilmente e volta ao povoado, obrigando Chris e seus companheiros a lutarem até a morte para salvar os habitantes da pequena cidade. Ficha Técnica Gênero: Faroeste Direção: John Sturges Roteiro: Walter Newman, William Roberts Elenco: Charles Bronson, Eli Wallach, James Coburn, Robert Vaughn, Steve McQueen, Yul Brynner Fotografia: Charles Lang Duração: 126 min. Ano: 1960 País: Estados Unidos Cor: Colorido Estúdio: Mirisch Company