sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Bates Motel – Segunda Temporada

Bates-Motel-Season-2-Poster

Quando anunciaram que fariam uma série televisa baseada nos acontecimentos de Psicose (1960), clássico filme de Alfred Hitchcock, confesso que tive bastante receio. Porém, para minha surpresa, e a de muitas pessoas, a primeira temporada de Bates Motel foi um dos melhores lançamentos do ano e agradou, não somente a crítica especializada, como também o grande público. Com uma trama envolvente, fomos jogados na cidade de White Pine Bay e apresentados a Norma e Norman Bates, interpretados com maestria por Vera Farmiga (Amor Sem EscalasInvocação do Mal) e Freddie Highmore (Astro Boy). Os dez episódios possuem ritmo intenso, grande teor de terror psicológico e sempre são encerrados com ganchos para novos acontecimentos marcantes, o que deixa o espectador ansioso para assistir tudo em sequência e culmina na certeza de que fazer uma maratona do primeiro ano de Bates Motel não seja algo muito complicado.

Com o ambiente estabelecido, personagens dignamente apresentados e um excelente final de temporada, o receio inicial quanto a produção se transformou em expectativa para o segundo ano, que infelizmente não cumpriu com o que se esperava. Enquanto, no ano anterior, tivemos uma dedicação total à apresentação dos protagonistas e o desenvolvimento sua relação, na segunda temporada, temos um foco maior nos acontecimentos de White Pine Bay, o que proporciona o crescimento de personagens coadjuvantes, que terminam ganhando tanta notoriedade,  que, por alguns momentos, acabam por deixar o grande protagonista escanteado pelo roteiro.

Diversos foram os arcos criados e encerrados, de maneira tão rápida e acelerada, que impossibilitaram uma maior profundidade aos acontecimentos. O grande exemplo desta afirmação é a subtrama desenvolvida para apresentar o irmão da Norma Bates, Caleb Calhoun, que surgiu com intuito de promover uma grande revelação, que no final, não era nada diferente do que qualquer espectador mais atento esperava. Aliás, garanto a vocês que, no final da temporada, muitos nem irão se lembrar desse “grande” momento. É muito triste pensar que, por conta de mais algumas subtramas, como essa mencionada, tiraram o espaço de uma personagem muito interessante, Emma Decody, que muito mal aproveita, se resumiu a uma relação clichê para perda de virgindade e ao sentimento de rejeição por não ser participada dos problemas da família Bates.

Apesar de todos esses problemas e de já ter afetado diretamente a motivação dos fãs, podemos dizer que a temporada encerra, de maneira interessante, e consegue deixar em aberto alguma esperança para os anos seguintes. A verdade é que, quando o foco retorna a ser Norman Bates e seus surtos psicóticos, as coisas retomam o rumo e permitem a Freddie Highmore brilhar ainda mais em cena. Mais confiante e mais confortável, o jovem ator atinge um nível excelente de atuação e merecia mais reconhecimento pelo seu trabalho. Vera Farmiga também continua maravilhosa, mas confesso ter perdido um pouco de empolgação com relação a sua personagem. A trama de falso romance, envolvimento com chefões do tráfico e perda da mão no relacionamento com o filho, diminuíram a força de Norma, que deixou de ser extremamente interessante e passou a ser meramente “OK”.

Escrevo esse texto somente em 2016, dois anos depois de ter visto pela primeira vez a temporada. Meu descontento na época foi tanto que abandonei a série, mas, como soube que ela retoma rumos interessantes a partir do meio da terceira temporada, e que como já teremos o último ano, focado nos eventos do filme, em 2017, resolvi que iria assistir tudo novamente e dar uma nova oportunidade. Infelizmente, o tempo não me fez gostar mais deste segundo ano, mas vamos em frente com Norma e Norman Bates rumo à Psicose.

Nota do CD:
2 out of 5 stars

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