quinta-feira, 14 de julho de 2016

Resenha do Filme: Life – Um Retrato de James Dean

life

James Dean é sem sombra de dúvidas uma personalidade marcante no universo cinematográfico. O jovem ator faleceu aos 24 anos de idade após o envolvimento em um acidente de carro no ano de 1955. Seu primeiro filme, Vidas Amargas, ainda fazia bastante sucesso de bilheteria quando o fato ocorreu e sua atuação terminou promovendo a primeira indicação póstuma ao Oscar de Melhor Ator. Sua curta carreira teve apenas três trabalhos, o já citado Vidas Amargas, Juventude Transviada e Assim Caminha a Humanidade, que novamente lhe rendeu uma indicação póstuma.

O longa se passa justamente no ano de 1955, pouco tempo antes do lançamento de Vidas Amargas e em um momento em que James Dean ainda era um anônimo para a sétima arte. O jovem, de comportamento rebelde, parecia relutar e não estar nunca satisfeito com os esforços promovidos pelos estúdios, que trabalhavam dia e noite para transformá-lo em um grande astro. Em um desses eventos, ele acabou conhecendo o fotógrafo Dennis Stock, que com pouca conversa e contato percebeu que estava diante de um ator promissor, e resolvendo convidá-lo para uma sessão de fotos da renomada revista Life.

A película busca retratar a personalidade rebelde do protagonista através do desenvolvimento de sua amizade com o fotógrafo Dennis Stock. O roteiro é muito bem escrito e com diálogos muito interessantes, que permitem ao espectador não somente o conhecimento das ações, mas as motivações e os sentimentos que ocasionaram as mesmas. O pecado está no final, pois o mesmo poderia ter sido encurtado em pelo menos 15 minutos de projeção. A sensação é deixaram escapar bons momentos de conclusão para adicionar fatos desnecessários à trama, tornando o desfecho um pouco cansativo.

Dane DeHaan retoma a velha forma, depois do fracasso em O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, e entrega uma atuação perturbadora com sotaque cansado e olhares perdidos. A genialidade de James Dean está tão presente quanto a estranheza de seu comportamento. Dennis Stock, por sua vez, está soberbamente representado pelo, cada vez melhor, Robert Pattinson. O Ator entrega uma atuação muito segura, que transmiti o sentimento de uma pessoa que está apostando sua carreira em um trabalho que envolve alguém que diferente de todos que ele está acostumado a se relacionar. Apesar de certo de sua decisão, ele nunca parece tranquilo e o seu nervosismos e ansiedade é muito bem transparecido em cena.

Anton Corbijn entrega uma direção correta, capaz de extrair o melhor de seus atores e privilegiando uma fotografia muito bonita e uma ambientação majestosa da década de cinquenta. Essa junção de fatores transforma esta em uma obra muito interessante e de fácil entretenimento. Deveria ganhar maior projeção no circuito nacional, mas como muitas outras obras de extrema qualidade, passará despercebida pelo grande público. Comigo? Fica a felicidade de retornar ao mundo das críticas fazendo o que mais gosto, promovendo filmes diferentes, independentes e de menor marketing aos leitores.

Nota do CD:
4 out of 5 stars


Ficha Técnica:
Gênero: Biografia
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Alessandra Mastronardi, Allison Brennan, Ben Kingsley, Dane DeHaan, David Ross Paterson, Drew Leger, Emily Hurson, Emma Pedersen, Jason Blicker, Joel Edgerton, John Blackwood, Kendal Rae, Kristian Bruun, Lauren Gallagher, Mark James Fernandes, Peter Lucas, Philip Maurice Hayes, Robert Pattinson, Stella Schnabel
Produção: Benito Mueller, Christina Piovesan, Emile Sherman, Iain Canning, Wolfgang Mueller, Wolfgang Müller
Fotografia: Charlotte Bruus Christensen
Montador: Nick Fenton
Trilha Sonora: Owen Pallett
Duração: 112 min.
Ano: 2015
País: Alemanha / Austrália / Canadá / Estados Unidos / Reino Unido
Cor: Colorido
Estreia: 21/07/2016 (Brasil)
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Barry Films / Film4 / First Generation Films / See-Saw Films

Nenhum comentário: