quinta-feira, 14 de julho de 2016

Duro cotidiano dos moradores de rua é o foco do longa “Fome”, que mistura documentário e ficção


Existe uma cidade que ninguém vê – embora se revele todos os dias, nua e crua, bem diante dos nossos olhos. O cotidiano das pessoas em situação de rua é assunto do filme Fome, de Cristiano Burlan, que tem estreia prevista para o dia 04 de agosto.

No longa, que mistura ficção e documentário, São Paulo é cenário e também personagem: em meio à atmosfera sombria e cinzenta que permeia o filme, acompanhamos a rotina de um professor de cinema aposentado que resolveu abandonar tudo. O velho homem, vivido por Jean-Claude Bernardet, perambula pelas ruas da metrópole carregando consigo apenas um carrinho, alguns trapos e as dores da velhice vivida sem sossego. Uma jovem estudante cruza o caminho do personagem, a partir de um trabalho sugerido por seu professor: entrevistar moradores de rua sobre a vida nessas condições.

Fome faz uma reflexão sobre as vias, sentidos e violências que nos atravessam na grande metrópole, por meio de uma caprichada fotografia em preto e branco.

VIDA REAL

A fome, o frio, a depressão – são muitos os desafios enfrentados pelas pessoas que estão em situação de rua. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo (Smads), até 2015 a capital paulista registrava 7.335 pessoas em situação de rua e 8.570 acolhidos, totalizando o número de 15.905 pessoas. Em junho, São Paulo passou por uma situação atípica e muito comovente: no final do outono, os termômetros da capital paulista chegaram a marcar 3 ºC durante uma madrugada. Até o dia 15 de junho, 25 moradores de rua em São Paulo morreram de frio.

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