quarta-feira, 20 de julho de 2016

Filme “Paratodos” retrata atletas paralímpicos e fomenta discussão sobre acessibilidade no Brasil


A pouco menos de três meses das Paraolimpíadas 2016, primeira realizada na América do Sul, chega as telas do cinema nesta quinta (23) o filme Paratodos, de Marcelo Mesquita, que acompanha de perto quatro equipes paralímpicas em um intervalo de quatro anos (2013 – 2016). O diretor acompanhou atletas de natação, atletismo, canoagem e futebol pela França, Canada, Japão, Itália, Catar e Brasil.
Por meio das histórias de vida e das superações dos atletas Alan Fonteles, Daniel Dias, Fernando Fernandes, Terezinha Guilhermina, Susana Schnarndorf, Yohansson do Nascimento, Fernando Cowboy Rufino e Ricardinho, o filme revela conflitos e questões humanas, presentes da vida de qualquer pessoa, independente de qualquer limitação física. Aliás, “limitação” é algo que não condiz com o que esses atletas são capazes de fazer.
A proposta de Marcelo foi fazer um filme que fugisse do lugar comum da superação da deficiência para trazer questões comuns a todos, como a autoestima, o perfeccionismo, o companheirismo. A motivação para o filme veio em 2012, quando o diretor, fanático por esportes, se viu diante do atleta Alan Fonteles, na época com 21 anos, vencendo Oscar Pstorius, o maior atleta paralímpico da história, na Paralimpíada de Londres. “Como um brasileiro venceu o maior de todos? O Brasil é uma potência paralímpica, como assim? E a principal questão: Como eu não sei responder a nenhuma destas questões?”, Marcelo se perguntou. Os questionamentos sobre quem era aquele homem, como ele conseguiu correr sem ter as duas pernas e sobre o Brasil ter tanta representatividade nesse meio, serviu de gatilho para a busca dessas respostas, que precisavam ser dadas também a todos os brasileiros (e por que não ao mundo).
Tão importante quanto retratar a importância desses atletas e sua representatividade, é fomentar a discussão sobre acessibilidade no Brasil. Pequenos detalhes se destacam para quem não é familiarizado com o assunto, como o fato de em um jogo de futebol a torcida ficar completamente em silêncio no início da partida. O motivo? No futebol de 5 a torcida precisa colaborar para que os jogadores com deficiência visual consigam ouvir a bola com guizos internos.
O filme traz a necessidade de diálogo pela inclusão da pessoa com deficiência  física na sociedade. O documentário também será exibido gratuitamente em escolas públicas de várias regiões do Brasil; o desafio da equipe é chegar a 2 mil unidades escolares e aproximadamente 200 mil alunos até o fim de 2016. Para aprofundar o debate, é preciso conhecer esse contexto de perto, primeiramente, e o filme Paratodos é uma das grandes contribuições para essa conquista: o filme retrata essa realidade, nos familiariza com cada história, desconstrói imagens pré-concebidas e mostra a cada espectador que somos todos iguais, nos medos e nas vitórias.
Assista ao trailer:

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