quinta-feira, 7 de maio de 2015

Do Giz ao Tablet, um estudo em forma de documentário, reflete sobre o papel da escola na atualidade


“Qual é o papel da escola? Será que não chegamos ao momento em que a escola precisa mudar?”, estas são questões iniciais do documentário Do Giz ao Tablet, feito pela consultora Santo Caos, que aponta para as diferenças entre as gerações e a necessidade de mudança do ensino em meio à tecnologia. O trabalho envolveu oito escolas públicas e particulares de São Paulo e mais de 100 horas de entrevistas com especialistas, pais, diretores, gestores e professores, que foram compiladas em 30 minutos.
“A Santo Caos trabalha com comportamentos e engajamento, em trabalhos recentes estávamos estudando o comportamento dos jovens e como eles provocavam mudanças nas relações de trabalho. A partir disso, pensamos que a escola era uma das instituições que menos permitia inovação de modelos, por mais que a tecnologia estivesse cada vez mais presente. Fomos então estudar este paradoxo do comportamento das novas gerações aliados as possibilidades das tecnologias”, afirma Guilherme Françolin, sócio e diretor de novos negócios da Santo Caos.

Um dos principais pontos do filme é o acesso à informação. O estudo coloca que, conforme os jovens adquirem conhecimento começam a ter novos pontos de vista e passam a discordar e questionar o que não faz sentido, com o acesso a internet eles passaram a ter acesso a mais pontos de vista e muita informação, assim aumentam os questionamentos.

“Há um fenômeno muito radical, é possível você perceber mudanças geracionais de um aluno do 3º ano do ensino médio para o 1º ano do ensino médio. A velocidade das informações, principalmente nas novas mídias, do consumo das novas mídias, está fazendo com que existam diferenças marcantes de consumo de informação, por exemplo”, afirma Miguel Thompson, diretor do Colégio Objetivo, um dos entrevistados do filme. O estudo apresenta dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), de 2012, que mostram que 5% da população mundial são de nativos digitais. No Brasil, são aproximadamente 20 milhões, 10% da população

Neste contexto, Michel Torres, professor de sociologia da Escola Técnica Estadual de São Paulo, aponta para as necessidades e dificuldades dos alunos.  “O ideal é que ele consiga combinar as questões científicas, o conteúdo do saber que as disciplinas trabalham em sala de aula, mas também estar conectado às novas redes, aos espaços interativos e participativos que a sociedade, em particular a internet, possibilitam”.

O material questiona, ainda, se há novas possibilidades de interação decorrentes do avanço tecnológico e qual o papel dela no ensino.  Françolin coloca que um dos pontos mais relevantes da pesquisa foi perceber que as escolas não entendem como podem usar a tecnologia para potencializar a educação. “Por mais que um tablet, lousas digitais ou ferramentas tecnológicas na sala de aula proporcionem um potencial incrível, muitas vezes são meios utilizados apenas como mera apostila digital, uma forma de acessar conteúdos que a escola disponibiliza. Deste modo, diminui-se toda a capacidade que este recurso possa atingir”, afirma.

O documentário, que reflete sobre a educação na atualidade, traz ainda outras questões. Quer conhecê-las? O filme está na internet. Para ver, clique aqui.

Nenhum comentário: