sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Documentário “Cássia Eller” estreia nesta quinta (29), dia em que a cantora completaria 52 anos


Se Cássia Eller estivesse viva, estaria completando nesta quinta (29) 52 anos de idade. Não por acaso, no dia do aniversário da cantora estreia o documentário Cássia Eller, do diretor Paulo Henrique Fontenelle, responsável também pelo roteiro e pela montagem do filme, e dirigiu também o longa Loki (2008), sobre a vida de Arnaldo Baptista.

Cássia Eller morreu aos 39 anos, na década de 90, no auge do sucesso, e foi trilha sonora da vida de muitos jovens da época e também da década seguinte. Mesmo tendo marcado a memória de muita gente com a imagem forte de uma rockeira rebelde, a mulher e mãe Cássia ia muito além da figura irreverente que se mostrava no palco. E foi sob a condição de mostrar esse outro lado da artista que Maria Eugênia Martins, viúva da cantora, autorizou Fontenelle a realizar um documentário biográfico sobre ela. “Eu quis entender quem era essa pessoa que tanta gente ama e que influenciou toda uma geração. E a família dela foi uma coisa inspiradora e a primeira pessoa que encontrei foi a Maria Eugênia, que me disse: ‘você tem total liberdade pra falar de tudo, mas mostra a Cássia real, com todas as contradições dela e que fazem dela tão especial”, lembra, orgulhoso com a confiança que recebia. Depois disso, todo o processo foi comandado por Fontenelle e Maria Eugênia foi ver novamente apenas quando já estava concluído.

Em quatro anos de trabalho e pesquisa cuidadosa, foi o que Fontenelle fez; entre pesquisas de imagem e de pessoas próximas à cantora, o diretora conta que foi uma experiência transformadora para todos que trabalharam na equipe. “Foi difícil porque em geral as pessoas não conhecem muito além da Cássia Eller dos palcos, mas cada entrevista era reveladora, eu passei a admirá-la ainda mais, foi um grande conhecimento”, conta.

Além da caótica Cássia Eller dos palcos, havia uma figura que era extremamente ligada a família, ao filho e aos amigos, e também muito tímida, daí a carreira com a música, que era uma espécie de válvula de escape e como a própria cantora já mencionou em entrevistas, era sua forma de se relacionar com a sociedade. “Todo mundo sai muito impressionado por conhecer um lado que quase ninguém sabia. Essa simplicidade e humildade que ela tinha pras coisas, o jeito espontâneo e sincero, é tudo muito inspirador”, comenta Fontenelle, que na sequência  se lembra de um momento do filme que o marcou: “O que mais me surpreendeu foi na época do auge do sucesso dela; ela já estava de saco cheio do showbusines e vivia fugindo do empresário para fazer shows em casas noturnas desconhecidas. Não importava pra ela a fama ou o dinheiro, ela só queria cantar”, revela. O momento está presente no filme, além de depoimentos do filho da cantora, Chicão, além de amigos e músicos que fizeram parte da trajetória da cantora como Nando Reis, Luiz Melodia, Milton Nascimento, Zélia Duncan.

Se a confiança de Maria Eugênia valeu a pena? “Eu estava com ela quando assistiu o documentário. Ela ficou muito feliz e me disse: ‘você mostrou a Cássia exatamente como ela era”, declara Fontenelle, com a missão cumprida.


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