No final de setembro o Ministério da Cultura e a Ancine, anunciaram, em evento na Cinemateca Brasileira, que um total de R$ 22 milhões em investimentos serão destinados a projetos audiovisuais através de editais. São R$ 12 milhões para longas-metragens de baixo orçamento e R$ 10 milhões para documentários em longa-metragem. Os recursos são do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), por meio do Brasil de Todas as Telas.
Mirando diretamente a produção autoral, os dois editais premiarão longas de ficção e documentário de baixo orçamento, privilegiando a produção de filmes que invistam na inovação de linguagem. O objetivo é a formação de novos cineastas, coma regionalização da produção e o fortalecimento do documentário nacional.
Em outras edições, o concurso de baixo orçamento já premiou longas como O Som ao Redor (de Kleber Mendonça Filho), Cine Holiúdy (de Halder Gomes), Estômago, de Marcos Jorge, O Grão, de Petrus Cariry, Utopia e Barbárie, de Silvio Tendler, entre vários outros que tiveram sucesso de crítica e público. Historicamente, R$ 56 milhões já foram aplicados na produção de longas de baixo orçamento.
Para falar sobre os editais e outros incentivos ao setor, estiveram presentes na cerimônia a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o secretário do Audiovisual, Mário Borgneth e o presidente da Ancine, Manoel Rangel.
Durante conversa com a imprensa Borgneth ressaltou que a Secretaria do Audiovisual e a Ancine estão trabalhando em parceria tanto na política internacional do audiovisual e na questão do fomento. “Estamos trabalhando em profunda parceria, na mesma estratégia política”, comenta.“São necessárias ações de aperfeiçoamento do sistema, como por exemplo acionar as linhas do FSA que não são reembolsáveis. Com esta parceria entre os dois órgãos, entramos nesse outro mundo do audiovisual.”
Já Manoel Rangel, enfatizou a importância da iniciativa para o setor e a construção de uma política pública consistente, “dando as condições para o Brasil construir a sua própria imagem pelas suas próprias mãos, com o talento dos seus realizadores”.
A Ministra Marta Suplicy destacou que este novo edital é mais uma das ações de valorização dosoft power brasileiro. “Cinema é o maior transmissor de visibilidade internacional. Quando se fala em soft power, lembramos de que imagem dos Estados Unidos? Da de Hollywood. Da italiana? O cinema. Da França também. Não podemos deixar este potencial sem ser um dos focos do MinC. Acho que estamos caminhando muito bem”, analisa ela. “Há a feira de Bolonha, o salão de Paris, onde também vamos estar, o festival de teatro de Bogotá, E no cinema faltavam ações. Além disso, o cinema leva prazer, cultura, leva a marca do país, mas também a possibilidade de ousar, e estes editais vão ajudar neste processo”.
O edital para Longas-Metragens de Baixo Orçamento recebe projetos de diretores que tenham realizado até três longas. O aporte máximo em cada um será de R$ 1,5 milhão, mas podem ser inscritos projetos com custos de até R$ 1,8 milhão, desde que comprovada captação do valor complementar.
Já os projetos contemplados no edital para Documentários podem receber investimentos de até R$ 1 milhão, cada um, totalizando R$ 10 milhões. Projetos com orçamento de até R$ 1,4 milhão podem ser inscritos, desde que o proponente comprove a captação do valor restante.
As inscrições de ambos os editais vão até 30 de dezembro de 2014. Mais informações podem ser obtidas no site do Ministério da Cultura.
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