quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Alunos das oficinas do Instituto Buriti em Campo Grande vão produzir curta baseado em livro sobre bullying

 

Todo mundo que já passou pelos bancos escolares já reclamou da falta de relação de uma matéria com outra. Na Escola Estadual General Malan, em Campo Grande (MS) os alunos começam a deixar de lado a reclamação e se animam com as atividades em conjunto propostas pelas professoras Laura de Melo, de Língua Portuguesa; Sara Fernandes, de Artes; e Neila Silveira, de Literatura. O trio criou um projeto interdisciplinar depois da realização do primeiro módulo das Oficinas do Instituto Buriti, realizadas no primeiro semestre.

“As oficinas mobilizaram professores e alunos da escola. Até os que não se inscreveram estão empenhados na produção dos curtas-metragens”, afirma Ana Letícia, professora de informática que ficou a frente do grupo.

Os curtas criados pelos alunos foram exibidos em sessão aberta ao público: um sobre namoro na escola e o outro um romance que se passa em pontos turísticos da cidade de Campo Grande.

O poder de mobilização e de interdisciplinaridade do audiovisual vem sendo confirmado na prática da escola. A partir do segundo módulo, três diferentes matérias serão integradas em uma atividade única, buscando o engajamento de toda comunidade escolar.

Os alunos do ensino médio vão produzir curtas-metragens baseados na leitura do livro Caco, do escritor Gilberto Mattje, que fala sobre bullying. “Cada turma vai produzir um curta de um diferente capítulo do livro e depois vamos unir o material”, conta a professora de Língua Portuguesa. A proposta dá continuidade também ao projeto Juntando os Cacos, que envolveu educadores de todo o estado do Mato Grosso do Sul e tem como objetivo prevenir o preconceito e a violência.

Laura já tem ligação com o audiovisual e o utiliza como aparato pedagógico de ensino de forma bem diferente da maioria dos professores. Para as aulas de leitura, realizadas uma vez por semana, os alunos propõem leituras e depois de dois meses falam sobre a história com as mídias que escolherem. Segundo a professora, alguns alunos fazem uma crítica literária, mas muitos preferem fazer vídeos com pequenas dramatizações para contar a história.

Nesta segunda etapa, de agosto a novembro, as 10 escolas públicas atendidas no primeiro semestre pelo Instituto Buriti voltam a receber a equipe por mais quatro dias para um novo ciclo de palestras e para o aprimoramento e finalização dos vídeos realizados na primeira fase dos trabalhos, que depois devem ser continuados.

“A intenção do Instituto é plantar a semente da linguagem audiovisual dentro da escola, mas o envolvimento de professores e alunos é fundamental para fazê-la brotar”, afirma Daniela França, supervisora de projetos do Instituto Buriti.

Durante o primeiro semestre, professores e alunos participaram de três dias de palestras na instituição de ensino, recebendo orientações com conceitos básicos de produção (roteiro, câmera, edição, entre outros), e se dividem em grupos para a criação de curtas-metragens ao longo do ano.  Após as aulas presenciais, os grupos das 10 escolas de todo o Brasil se encontram e trocam experiências online, no ambiente virtual Coletivo Tela Brasil.
O programa do Instituto Buriti promove a integração entre o audiovisual e a educação, e tem o patrocínio da Fundação Telefonica Vivo.

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