sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

[Resenha/Crítica]: Sing Street – Música e Sonho


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Do Mesmo Diretor de “Apenas uma Vez” e “Mesmo se Nada der Certo”, acaba de chegar ao Catálogo da Netflix o último trabalho de John Carney. Uma deliciosa experiência que se passa na Irlanda dos Anos 80.
Saudosista e apaixonado por música, Carney jamais perde o foco da história, que é o que realmente importa, e olha para suas próprias experiências na Dublin da década de 80, enchendo Sing Street de cores vivas, como se fosse um sonho ou uma bela recordação de seu passado. Cara, são os anos 80, certo? E é a história de Conor (o ótimo Ferdia Walsh-Peelo), adolescente de 14 anos que divide uma casa pequena com dois irmãos e os pais, que não param de brigar e estão prestes a se separar. Além disso, a família cai na armadilha da crise econômica que devastou a Irlanda na época, precisando vender a casa, trocar Conor de colégio e fazendo-o parar numa escola católica cheia de regras do século passado. Não, eu diria retrasado. Mas como todo conto de fadas, a vida acena para Conor ao fazer a bela Raphina (a extraordinária Lucy Boynton) cruzar seu caminho. A menina dos sonhos, uma verdadeira “garota de rosa shocking”, sonha ser modelo em Londres. Assim como Conor, ela quer deixar Dublin, mas não tem dinheiro. Aos 14 anos, ele se apaixona à primeira vista e decide montar uma banda e um videoclipe para impressioná-la. Aos 17, ela não se empolga muito, mas aceita participar do vídeo para que a experiência entre em seu currículo.
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Sair do buraco e ir à luta em busca de seus sonhos só pode ser algo positivo, e Carney conecta tal sentimento à aurora da MTV, quando a música inovou e encontrou o vídeo – dando a esse casamento perfeito a função de arma para alcançar a liberdade e também de escapismo. A arte como forma de expressão e a breve fagulha de felicidade no meio de uma dura realidade, que é crescer. O segredo está em descobrir o equilíbrio entre essas vertentes, ainda mais num cenário em que a esperança anda ausente. Sonhar alto vale a pena e mantém cada um de nós vivos. Um exemplo está na bela sequência em que Conor sonha tocar em um baile estilo “De Volta para o Futuro, mas não demora muito para notar que chegará o dia em que ele precisará acordar.
E isso está nos detalhes: o garoto que enche seu saco na escola não passa de sua versão em um futuro paralelo e possível, assim como o padre que comanda o colégio e seu irmão mais velho, Brandon (Jack Reynor, incrível), que desistiu de seus sonhos por causa dos pais e vê no empurrãozinho que dá ao caçula a chance de se redimir. Quando Conor visualiza esses três caminhos e o da felicidade, sabendo que chegou o momento de tomar uma decisão para a vida, você não terá a menor dúvida (se não notou antes) que Sing Street tem coração e um roteiro bem construído, desde a ambientação cultural, social e econômica dos anos 80, passando pelos significados das músicas para a trama e os desenvolvimentos de Conor, Raphina e Brandon.
Nota do CD:
★★★★½
Sinopse:
Dublin, Irlanda, 1985. Conor (Ferdia Walsh-Peelo) é um jovem obrigado a mudar de colégio, devido à difícil condição financeira de seus pais, que ainda por cima brigam sem parar. Logo ele tem problemas com um valentão local, que passa a persegui-lo, e também com o padre que coordena a escola, devido à sua disciplina rigorosa. Desiludido, Conor tem um sopro de esperança ao conhecer Raphina (Lucy Boynton), uma garota que está sempre à espera na porta da escola. Disposto a conquistá-la, ele diz que está montando uma banda de rock e a convida para estrelar um videoclipe. Com o convite aceito, agora ele precisa fazer com que a banda exista de verdade.

Trailer do Filme:
Ficha Técnica:
Direção, Roteiro e Trilha Sonora: John Carney
Elenco: Ferdia Walsh-Pelo, Lucy Boynton, Jack Reynor, Maria Doyle Kennedy, Aiden Gillen, Kelly Thornton, Mark McKenna, Conor Hamilton, Karl Rice, Ian Kenny, Des Keogh
Montagem: Andrew Marcus
Distribuição: Netflix Brasil

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