quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Olympia 2016 chega aos cinemas e propõe desvendar a corrupção nas Olimpíadas do Rio de Janeiro

Chega nesta quinta (15.09) aos cinemas brasileiros o longa Olympia 2016, do diretor carioca Rodrigo Mac Niven, que mistura ficção e documentário. A produção propõe refletir sobre a construção coletiva da vida a partir da política e da sociedade, com foco na importância de se pensar a cidade como ponto inicial e fundamental para mudanças estruturais.

Para ilustrar esse debate, o diretor conta a história de Olympia, uma cidade dominada por um sistema político corrompido, fundamentado na concentração de poder e nos privilégios. O ponto de partida é a construção de um campo de golfe para os Jogos Olímpicos dentro de uma reserva ambiental da cidade. Inspirado em fatos reais, o filme faz uma abordagem didática, mostrando depoimentos relevantes e aprofundados sobre uma cidade conhecida mundialmente como cartão postal do Brasil. O grande questionamento do longa-metragem é sobre quem pagará a conta do legado após o grande evento das Olimpíadas de 2016. “Às vésperas do maior evento esportivo do planeta, o Rio enfrenta a falência total dos serviços e a corrupção na administração pública. É dever de todo cidadão questionar o seu governo: qual o verdadeiro legado deixado?”, indaga Rodrigo.

Por meio de uma linguagem documental e ficcional, o filme usa uma narrativa cinematográfica que valoriza a estética e a liberdade criativa, sensibilizando as pessoas para uma reflexão sobre os valores e propósitos que sustentam nosso modelo de sociedade. “Em um momento de tanta turbulência política, falência do sistema e aumento da intolerância por conta da divergência de ideias, é fundamental que a sociedade discuta de forma mais aprofundada o fenômeno da corrupção”, reflete o diretor.

A construção da narrativa é baseada em depoimentos de moradores da Vila Autódromo, localizado na região do parque Olímpico do Rio de Janeiro e que foi ameaçada a ser desocupada não só pelo governo por causa do evento esportivo, mas também pela forte especulação imobiliária. Também foram ouvidos profissionais da área jurídica e financeira e nomes conhecidos, como o do filósofo colombiano Bernardo Toro, o do filósofo e professor da USP Vladimir Safatle e o do jornalista esportivo Juca Kfouri.

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