
A história de Tarzan, personagem criado por Edgar Rice Burroughs, já não é novidade se formos considerar que desde 1918 a mesma já fora adaptada por diversas vezes, o que tornou o rei das selvas uma figura recorrente do imaginário popular mundial. O objetivo desta nova roupagem é apresentar uma trama que funciona como uma continuação á história já tão contada, introduzindo o herói como John Clayton III, morando em Londres e casado com sua amada Jane.
Para a realização da película foi contratado o diretor David Yates, que apresenta em seu currículo os quatro melhores filmes da franquia Harry Potter e o ainda inéditoAnimais Fantásticos e Onde Habitam. A direção do britânico pode ser considerada o ponto mais forte da produção, uma vez que ele acerta em cheio na captação das imagens da selva congolesa, promovendo ao espectador uma extrema noção da vida naquele ambiente, que ganha uma força ainda maior quando atrelada aos excelentes efeitos visuais na criação dos animais que a habitam.
Se o ponto positivo está nos efeitos e direção, a grande falha da obra está em seu roteiro, que tenta ser diferente do comum, mas se apresenta raso, previsível e repetitivo. É lógico, que para termos uma história, Tarzan precisa retornar para a selva, porém o argumento que encontraram para tal não é muito convincente e foi imputado apenas como um motivo que nem mesmo o protagonista parece se interessar. Depois disto, voltamos ao velho pretexto que rege as ações do héroi: Salvar a vida de sua esposa Jane. Ao final ficamos ainda mais incrédulos ao descobrir que todos os passos do protagonista foram arquitetados por um plano de vingança, que é solucionado com três socos, dois gritos e uma conversa de quinze segundos.
Margot Robbie é o nome feminino do momento, porém seu carisma é posto a prova por conta de um roteiro que não consegue cumprir com as expectativas de fazer de Jane algo maior do que a mera mocinha em apuros. Até tentaram ao incluir falas como: Você quer que eu grite como uma donzela? Ou um fuga alucinante em meio a hipopótamos, porém foi muito pouco e ela se resumiu a uma dama em perigo. Alexandre Skarsgårdentrega uma atuação digna, com porte físico e carisma. Seu Tarzan é mais contido e menos selvagem, após viver por oito anos na civilização. Samuel L. Jackson eChristopher Waltz fecham este elenco, sendo os donos das melhores atuações, porém sob o estigma de viverem sempre o mesmo personagem. Jackson é o coadjuvante de alívio cômico e Waltz o vilão excêntrico.
Com tons escuros, mas boas tiradas de humor e bastante aventura, A Lenda de Tarzan terminará agradando e, particularmente, é sim um bom filme pipoca despretensioso, mas nada além disso. Seus erros são aparentes por tentarem levar a produção mais o sério do que deveriam, permitindo cobranças mais acirradas de quem o assiste.
Nota do CD:
2 out of 5 stars
FICHA TÉCNICA:
Título no Brasil: A Lenda de Tarzan
Título Original: The Legend of Tarzan
Ano Lançamento: 2016
Gênero: Ação / Aventura
País de Origem: EUA
Duração: 109 minutos
Direção: David Yates
Estreia no Brasil: 21/07/2016
Estúdio/Distribuidora: Warner Bros. Pictures
Elenco: Alexander Skarsgård, Samuel L. Jackson, Margot Robbie, Djimon Hounsou, Christoph Waltz, Ella Purnell, Rory J. Saper, John Hurt, Simon Russell Beale, Osy Ikhile, Casper Crump, Ashley Byam.
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