quinta-feira, 10 de março de 2016

Estão abertas as inscrições para o In-Edit Brasil, festival que fomenta a produção e a difusão de filmes documentários que tenham a música como tema


Estão abertas até o dia 21 de março as inscrições para a oitava edição do Festival Internacional de Documentário Musical – In-Edit, que será realizado entre os dias 01 e 12 de junho, em São Paulo. A programação conta com uma mostra competitiva, destinada a longas-metragens nacionais, e outras três mostras que compõem o cenário brasileiro: Mostra Brasil, que oferece um panorama do que está sendo feito no país; Brasil.doc, com as propostas mais arriscadas, e Curta Um Som, para filmes com até 30 minutos.

O In-Edit ganhou a versão brasileira em 2008 e é um evento cinematográfico que tem como objetivo fomentar a produção e a difusão de filmes documentários que tenham a música como elemento integrador. O Festival nasceu em Barcelona, em 2003, e hoje é realizado em diversos países como Espanha, Chile, Grécia, Colômbia e México.

Os interessados devem inscrever produções inéditas no circuito comercial brasileiro. O formulário de inscrição está disponível no site do festival. O melhor longa-metragem receberá o prêmio In-Edit Brasil de Melhor Documentário Musical e será exibido no Festival In-Edit Barcelona 2016, com a presença do diretor. O evento, que recebeu em 2015 o prêmio especial da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), também promove mostras internacionais, homenagens e sessões especiais com shows musicais, debates e sempre alguma surpresa.

Portal Tela Brasil conversou com Marcelo Aliche, diretor do In-Edit Brasil, que adiantou quem será o homenageado da edição de 2016, além de dar dicas ao realizadores e cineastas em início de carreira que almejam ver o seu filme nas telas do Festival.

Como você analisa a produção cinematográfica brasileira voltada pro meio da música?

Acho que a produção de documentário musical no Brasil dos últimos anos tem sido muito positiva. Não tem só muita gente fazendo bons filmes desse tipo, mas muitas plataformas interessadas nesse conteúdo. Isso acaba gerando um panorama favorável pra esse tipo de filme.

Quais as produções que mais se destacaram lá fora e tiveram retorno positivo do público?

Dos filmes que a gente trouxe pro circuito in Edit Brasil e que teve como prêmio ser exibido em Barcelona, os mais que se destacaram e que eu percebo esse retorno, foram Dzi Croquettes e o Vou rifar meu coração. Foram esses que mais bateram no coração em Barcelona, no Chile e em outros lugares pelos quais ele passou.

Percebe alguma diferença entre as produções brasileiras e internacionais?

No geral, é um pouco igual (…)  Cada pais tem sua linguagem, seu tipo de piada, então fica difícil de estabelecer uma diferença muito marcante. Tem cineastas pontuais que inovam na linguagem. Isso está muito além da sua nacionalidade, mas no talento de cada um.

O que o festival espera desses documentários que estão sendo inscritos?

A gente espera que venha coisas muito boas. A gente sempre fica na expectativa de encontrar aquela pérola perdida, que não tem muita gente prestando atenção. Quando abrimos as inscrições, esperamos receber um panorama do que está sendo feito de documentário aqui no Brasil. Recebemos filmes extremanente profissionais, feito por produtoras e com toda uma produção cuidada, mas a gente também acaba recebendo filmes amadores, curtas. O In Edit espera que  sempre sejam legais e com uma boa qualidade.

Você tem algumas dicas para os realizadores e jovem cineastas em início de carreira?

Ponha o seu ponho de vista e dominem o assunto que vocês querem falar. Pra poder contar a história, o diretor tem que saber pra onde ele vai, tem que ter a historia já bem definida pra  saber onde ele quer chegar, como quer concluir, e isso só acontece se estiver documentando bem e saber sobre o assunto. Essa documentação não é só visual, material de arquivo do tema abordado, mas um domínio conceitual daquilo que se quer contar.

Quais são as novidades deste ano?

O que a gente tem acertado é que o homenageado deste ano vai ser Tony Palmer, diretor inglês, que já trabalhou na BBC durante décadas, tem mais de uma centena de documentários musicais. A gente tá fazendo uma curadoria pra essa mostra.

Quais são os desafios pra realizar um festival desse porte, realizado em vários países?

O grande desafio é realizar. É fazer, conseguir estrutura, financiamento. O in Edit acontece em vários países, cada um tem suas dificuldades. O restante é dedicação e trabalho, ver os filmes, ter o conceito de festival claro.

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