sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Resenha de filme: 007 Contra Spectre


007 contra spectre

Entra em cartaz no Brasil nessa semana 007 Contra Spectre, o 24° filme sobre o espião mais famoso do mundo e que também (ao que tudo indica) marcará a última aparição de Daniel Craig como o personagem James Bond. Novamente a direção do filme ficou nas mãos do hábil e talentoso Sam Mendes, que assim como no longa anterior leva Bond a questionar as sua motivações com agente a serviço de sua majestade e prioriza a trama em vez da ação. Isso não quer dizer que as cenas de ação não estão presentes, mas que a construção do filme vai ser prioridade; deixando os tiroteios e efeitos especiais como um artificie para outros momentos em vez de muleta para ditar o ritmo da película.

007 Contra Spectre é parte conclusiva dessa nova jornada de James Bond que se iniciou com Cassino Royale. Assim como no filme anterior – Skyfall – existem questionamentos sobre a função dos espiões e insubordinações de James Bond. Ao mesmo tempo que os seus colegas habituais Q, M e Moneypenny o fazem refletir sobre o seu papel neste novo mundo digital em que informações podem ser obtidas de outra forma, eles dão o suporte necessário quando Bond necessita. A ideia desta insubordinação dentro do MI6 se sustenta por causa da cumplicidade e confiança que foi desenvolvida pelos personagens ao longo dos outros filmes.

O grande ás na manga da película é o vilão Oberhauser, muito bem interpretado por Christoph Waltz. Waltz tem um magnetismo fascinante que poucos atores possuem, ele consegue tornar os vilões que interpreta tão atraentes quanto os mocinhos de uma forma naturalmente sedutora. Uma pena que seu personagem seja construído por motivações tão banais, talvez a escolha de um roteiro com linhas mais maniqueístas funcionassem melhor. Quando bem delineado não há problemas em apresentar vilões que são maus apenas pela diversão e para contrapor a bondade que há dentro da essência dos heróis.

Outra questão problemática nesse longa é a relação que se constrói entre Bond e Madeleine Swann (Léa Seydoux), o interesse amoroso do espião neste novo filme. O roteiro tenta mostrar uma questão edípica e de similaridades entre seu pai e Bond para justificar a atração mútua, mas termina forçando um pouco a barra. A construção dessa paixão termina sendo um pouco superficial, faltou mais momentos de cumplicidade entre os personagens para que realmente o espectador consiga torcer para o sucesso desta relação.

007 Contra Spectre faz um bom papel concluindo uma jornada na grande aventura que é a vida de James Bond, preparando terreno para que os próximos filmes sobre o personagem sigam um caminho mais sóbrio e contido como este. O longa acerta quando presta homenagens às produções mais antigas, mas derrapa na construção dos novos personagens e nas relações de Bond com o vilão e a mocinha da vez. Mesmo essas questões não são o suficiente para desmerecer a produção, apenas terminam contado contra quando este é comparado com os seus antecessores. 007 Contra Spectre ainda é uma boa pedida para os fãs, divertido, interessante e um fim adequado para este capítulo da franquia.

NOTA:
Nota do CD:

3 out of 5 stars

Ficha Técnica do Filme: 
Título no Brasil: 007 Contra Spectre
Título Original: Spectre
Ano de Lançamento: 2015
Gênero: Ação
País de Origem: Reino Unido / EUA
Duração: 148 minutos
Direção: Sam Mendes
Estreia no Brasil: 05/11/2015
Estúdio/Distribuidora: Sony Pictures
Idade Indicativa: 14 anos
Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ben Whishaw, Naomie Harris, Dave Bautista, Monica Bellucci, Ralph Fiennes, Dave Bautista, Andrew Scott, Rory Kinnear, Jesper Christensen, Alessandro Cremona, Stephanie Sigman

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