sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ponte Aérea



Bruno (Caio Blat) e Amanda (Leticia Colin) se conhecem durante um voo, que devido a uma tempestade tem seu trajeto desviado e faz um pouso de emergência em Belo Horizonte, onde seus passageiros irão passar a noite. Amanda é uma jovem e bem-sucedida publicitária, Bruno é um artista plástico talentoso mas que se recusa a amadurecer. Apesar de serem bem diferentes, os dois sentem uma atração inexplicável um pelo outro e vivem um amor momentâneo. [Sinopse]
Esse não é mais um filme da (duvidosa) safra que a Globo Filmes vem despejando aos montes nos cinemas (e depois no Telecine), ainda que sua diretora seja a responsável por “Meu Passado Me Condena”, não por acaso um dos melhores do balaio. Não é só aquele fiapo de roteiro rasteiro para desenvolver um filme no estilo “Zorra Total”.
O filme “viaja” (sic) pelas idiossincrasias do Rio de Janeiro e São Paulo, baseado no romance de um improvável casal: ela, paulista, muderninha, hipster e workaholic, ele, carioca, desempregado, criativo e viajandão, que se unem bem naquele esquema de “os opostos se atraem”. E neste contexto yin-yang, clichês são debatidos, máximas são desconstruídas, sob um belo olhar que foge dos cartões-postais tradicionais. O roteiro peca num ritmo as vezes acelerado (o primeiro encontro dos dois é bem forçado) e outras vezes lento demais (o desfecho puxado no drama deixa o filme arrastado). As cenas de sexo são muito mais ousadas, e elegantes, do que o recente “50 Tons de Cinza”.
Talvez decepcione quem esperava apenas uma comédia-romântica hollywoodiana, pois não chega a ser nem mesmo a ser uma clássica comédia-romântica, mas vai agradar bastante quem gosta de um romance com doses de drama e tempero bem Brasileiros.

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