Se você gosta de filmes de terror, deve ter notado que nos últimos anos têm sido lançados alguns filmes com um certo destaque no gênero, não? Mais recentemente vemosInvocação do Mal (The Conjuring),Sobrenatural (Insidious) e, ainda em 2007, Gritos Mortais (Deadsilence).Todos eles têm algo em comum – além de conseguirem assustar muitos telespectadores: foram dirigidos por James Wan.
O jovem diretor, nascido em 1977, na Malásia, ficou conhecido por sua estreia no cinema com o sucesso Jogos Mortais (Saw) em 2004, que deuorigem a uma saga de sete filmes, porém, somente o primeiro dirigido por Wan. Com exceção de seu trabalho de estreia, focado em um serial killer obcecado com jogos macabros, todos os mais recentes filmes usam do terror sobrenatural para assustar.
E como assustam! Não é o enredo que assusta, nem só as atuações dos elencos (em maioria, muito bons), mas o clima dos filmes. A atmosfera criada pelo contexto de cada cena, a soma de iluminação, trilha sonora e ações estrategicamente localizadas no segundo certo do filme para fazer metade da sala do cinema pular da cadeira ou pelo menos sentir o coração acelerar nem que seja um pouco.
E isso é algo que vemos outros diretores tentarem, sem o mesmo sucesso, pois alguns sustos acabam por ser repentinos demais ou fora de contexto. Isso sem contar quando são tão repetitivos, que ficam cansativos e perdem o efeito. Nos filmes de Wan isso é raro de acontecer. Os enredos dos filmes se desenvolvem de forma simples e sua ligação com o sobrenatural e o terror ocorre de forma quase natural, sem cenas forçadas, em que a história se equilibra elegantemente entre sustos de pular da cadeira e longos momentos de tensão que podem não ser recomendados a quem tiver problemas cardíacos.
Algo interessante também de se notar é a provável obsessão do diretor por bonecos. Em Jogos Mortais, Invocação do Mal e Gritos Mortais, alguns dos protagonistas das cenas de terror são bonecos. Já em Sobrenatural não há bonecos, mas há uma cena na qual uma família inteira de fantasmas se parece com bonecos de porcelana. Seria isso uma coincidência? Bonecos amaldiçoados já vêm sendo usados em filmes e terror há algum tempo, como por exemplo, em Chuck. Só que neste caso, o boneco literalmente se movia e matava as pessoas. Nos filmes de Wan, os bonecos amaldiçoados parecem ter quase certa elegância ao assustar ou mesmo matar (por mais estranho e macabro que isso possa soar). Eles não se movem, não muito, (com exceção de Billy, o boneco de Jigsaw – criado pelo próprio James Wan) mas controlam o ambiente ao seu redor e a mente do telespectador de maneira única e sem cansar (diferentemente do filme Annabelle, em que a boneca perdeu toda a atmosfera de medo que causa em Invocação do Mal!).
Enfim, seguem abaixo breves sinopses de alguns dos principais filmes do diretor (já citados acima, mas é interessante explicar melhor sobre cada um). Veja a quais você ainda não assistiu ou comente sobre algum que não esteja listado e que você considere mais relevante.
Jogos Mortais (Saw) – 2004
Dois homens acordam e encontram-se presos. Um serial killer que se comunica com eles através de um boneco se denomina Jigsaw os instrui sobre um macabro jogo no qual, após muito sangue, talvez eles consigam sobreviver. Para quem por caso não lembre ou não conheça a saga, esse filme deu origem a uma saga de sete filmes, porém, só esse primeiro foi dirigido e teve sua história escrita pelo próprio Wan (por esse motivo muitos consideram este como o melhor dos sete filmes).
Gritos mortais (Dead Silence) – 2007
Um casal feliz recebe uma caixa na qual está um misterioso boneco ventríloquo. A mulher é assassinada e o homem começa a buscar por explicações, até encontrar a lenda do fantasma de uma ventriloquista que fora assassinada e também proprietária do boneco que chegou a sua casa antes da morte de sua mulher. Ironicamente, por não ter voz própria, o boneco é protagonista de cenas de terror com uma trilha sonora inusitadamente silenciosa – e esse é o grande diferencial do filme.
Sobrenatural (Insidious) – 2010
Com um dos roteiros de filmes de terror mais originais, esse filme começa mostrando a família de um menino que entra em coma misteriosamente (apesar de os médicos dizerem que está tudo bem com ele, fisicamente), então seus pais começam a notar coisas estranhas acontecendo pela casa. Eles chamam uma médium e ela explica que a alma do menino se afastou, e outras almas tentam tomar posse do corpo da criança, inclusive algumas não muito simpáticas. O filme já teve uma sequência, lançada em 2013, e terá outra, com estréia prevista para este ano.
Invocação do mal (The conjuring) – 2013
Por muitos considerado o mais assustador de Wan (e por alguns considerado mais um clichê), esse filme divide opiniões tão bem quanto arrancou gritos no cinema. O roteiro realmente não tem nada demais: famíia se muda para casa antiga, coisas estranhas começam a acontecer, médiuns são chamados para ajudar a resolver o problema sobrenatural. Supostamente baseado em fatos reais. No entanto, a apresentação desse enredo, que pode soar simples, é bem interessante, pois os personagens são introduzidos primeiramente em núcleos diferentes e então conectados. Mas o roteiro não é mesmo o atrativo principal deste filme: a fotografia, a trilha sonora e os jogos de esconde-esconde, além de outras coisas aparentemente simples, são o que dão destaque para essa obra, que consegue assustar como poucas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário