Como dizia o filósofo britânico Francis Bacon: “A Vingança é uma espécie de justiça selvagem”, assim para seguir exatamente esse pensamento, um dos maiores estúdios de cinema do mundo contratou o inexperiente diretor Gary Shore, juntou um orçamento de 100 milhões de dólares e deve ter pedido: por favor, me faça o melhor filme sobre Drácula já feito! Resultado, uma tentativa misturar Game of Thrones e Senhor dos Anéis,
recheado de efeitos e atores sem nenhum tipo de carisma envolvidos em
um roteiro que até a metade do filme funciona, depois vira um show da Broadway chato que nem de longe lembra outros belos filmes do famoso Drácula.
Na trama, no começo muito bem construída, somos levado a conhecer uma
terrível guerra entre os romenos e os turcos. Assim, logo aparece o
temido príncipe romeno Vlad, carinhosamente ou não conhecido como: o
Empalador! Uma espécie de herói/anti-herói que luta pelo bem estar de
seu povo. Durante essa guerra sanguinária, Vlad toma decisões arriscadas
e coloca todo seu povo em risco. Para consertar e vencer a guerra,
resolve fazer uma espécie de pacto com um monstrengo dando início a uma
mitológica e já conhecida história sobre vampiros e criaturas
feiticeiras.
Obviamente a ideia dessa produção é dar início a uma saga que
culminará na história do Drácula, já contada em outros filmes. Criar
esse “Begins” é interessante, diversas outras franquias estão seguindo
esses passos com sucesso. A questão é que nesse caso, a combinação que
os produtores querem é a de um Drácula histórico com o do romance famoso
de Bram Stoker. Partindo desse princípio, Drácula – A História Nunca contada,
começa bem bastante real e convencendo com bons argumentos históricos
de como essa lenda começou a partir de Vlad e seu misterioso pacto. O
problema é quando começam a entrar os efeitos na história e tudo que
estava sendo construído vira um calabouço exibicionista, muito mal
dirigido e com interpretações extremamente não convincentes.
Há uma quebra de ritmo, de cronologia, os efeitos tomam conta de uma
maneira que qualquer movimento real feito, vira um enter dado por um
computador. Precisa ter alguém com experiência por trás das câmeras para
tornar esses efeitos com um certo sentido dentro da história. Ao longo
dos curtos 92 minutos, os dentes afiados, as bizonhas atuações, a fraca
direção acabam tornando as cenas que eram para serem aterrorizadoras
virarem um grande Lexotan. Lugar para dormir é em casa, não no cinema.
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