quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Beleza Oculta | Crítica do Filme



Quando um bem-sucedido executivo da publicidade (Will Smith) de Nova York sofre uma grande tragédia ele se isola de tudo. Enquanto seus preocupados amigos tentam desesperadamente se reconectar com ele, o executivo procura respostas do universo escrevendo cartas para o Amor, Tempo e Morte. Mas é somente quando suas ações trazem responsabilidades pessoais inesperadas que ele começa a entender como essas constantes se relacionam com uma história plenamente vivida, e como até a maior das perdas pode revelar momentos de descoberta e de beleza.

Estréia: 26 de janeiro de 2017

Existe uma certa convicção velada entre as distribuidoras de que um filme com temática natalina simplesmente não funciona no mercado brasileiro. Ainda mais se não for direcionado para o público infantil. Então é comum ver ótimos filmes com essa temática serem lançados no começo do ano seguinte, época tradicionalmente morna, ou nem chegar a tocar o cinema. Um exemplo de filme que sofreu desse preconceito é Beleza Oculta, que teria feito muito mais sentido sendo lançado em dezembro do que agora em janeiro.
Beleza Oculta não é exatamente um filme natalino, mas utiliza da atmosfera do fim de ano para apresentar uma releitura pós-moderna do famoso “Conto de Natal”. Em vez de um velho avarento que recebe a visita dos três espíritos do Natal, a história apresenta Howard (Will Smith), um homem que entra em profunda depressão após a morte de sua filha pequena, quando então é visitado por três pessoas que se apresentam como Morte (Helen Mirren), o Tempo (Jacob Latimore) e o Amor (Keira Knightley). O objetivo dessas entidades, assim como no conto original, é mostrar para Howard o valor e a importância da vida, mesmo diante das dificuldades e perdas.
A película, entretanto, vai além da simples releitura do clássico de Charles Dickens e dialoga com as angustias que permeia a existência. As três entidades não foram escolhas ao acaso, sendo apresentados logo no começo do longa pelo próprio Howard, como vetores que dão significado a vida.
Apesar de tematicamente o filme alcançar seus objetivos com louvor, como obra audiovisual, ele apresenta diversos problemas. Talvez de maneira proposital, Beleza Oculta é dirigido de maneira quase teatral, todos os personagens são caricaturados, sem a profundidade adequada. As atuações também seguem uma linha naturalista fantástica que não deve agradar o grande público. Os personagens de Kate Winslet, Michael Peña e Edward Norton, os amigos que tentam ajudar Howard a se recuperar, não passam de outras alegorias cuja a função é reverberar os discursos das entidades.
Na verdade, é exigido do espectador uma boa dosa de descrença e que aceitei a narrativa um pouco excêntrica. Para aqueles que conseguirem, se identificar com esses personagens é inevitável. A partir de então é possível compreender o real significado da “beleza oculta” que o filme busca alcançar. Apesar de que o termo original, “Beleza Colateral”, faz mais sentido, mostrando que mesmo as perdas mais terríveis podem gerar efeitos grandes momentos de grandeza e beleza.
Dizer muito mais sobre o filme pode estragar as boas surpresas, assim como as interpretações que podem surgir ao longo dos pouco mais de 90 minutos de projeção. E como todo bom filme natalino, de certa forma Beleza Oculta é uma obra terapêutica, muitas vezes falando diretamente com o espectador, mas nunca sendo enfadonho.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu acho que este filme nos deixa uma ótima mensagem sobre a vida. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Acho que mais que filme de drama, Beleza Oculta filme é de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Vale muito à pena, é um dos melhores do seu gênero. Além, tem pontos extras por ser uma historia criativa. Se vocês são amantes dos filmes de drama com Will Smith, este é um filme que não devem deixar de ver.