quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Inferno


Inferno são os Flashbacks
A dupla Tom Hanks (Walt Nos Bastidores de Mary Poppins) e  Ron Howard (Uma Mente Brilhante) começou uma parceria de sucesso em O Código Da Vinci, adaptação do Best- seller  mundial do escritor, Dan Brown, agora, retorna em mais um filme do professor de Simbologia Robert Langdon,  Inferno. Por se tratar de uma trilogia, até o momento foram lançados O Código Da Vinci (2006) e Anos e Demônios (2009) , Inferno (2016) sofre do mal que podemos constatar em alguns filmes: o terceiro é sempre o pior. E de fato Inferno não chega aos pés dos anteriores.

A trama gira em torno de um bilionário que após desenvolver um vírus acredita que ao exterminar metade da população mundial irá salvá-la. O foco narrativo seria interessante se não fossem os intermináveis flashbacks ao longo de todo o filme . Os protagonistas e coadjuvantes, os principais do contexto narrativo possuem este recurso como auxilio, principalmente, para focar os interesses amorosos. Dessa forma, a trama que tem em seu primeiro ato uma força e desenvolvimento importantes, não consegue sustentar o suspense por muito tempo.

Como sempre acontece nos livros do autor, as reviravoltas que prendem o leitor, infelizmente, não conseguem surtir o mesmo efeito quando transportadas para a tela. Na trama os personagens entram e a tornam mais confusa para o espectador. Alguns deles não acrescentam no ritmo do filme, como o caso de Christophe Brude, interpretado pelo ótimo ator Omar Sy (Intocáveis). Totalmente desnecessário, ele somente entra em cena para demonstrar seus interesses em comercializar o vírus e prolongar ainda mais um filme que poderia consideravelmente ser mais enxuto. O oposto acontece com Harry Sims, vivido por Irrfan Khan (As Aventuras de PI). Um personagem dúbio que consegue em vários momentos atrair a atenção do espectador e elevar a trama que neste momento já perdeu totalmente o rumo e não sabe mais em que história focar.

Tom Hanks é obviamente o acerto do elenco, o que não se pode dizer de Felicity Jones (A Teoria de Tudo). A atriz nos apresenta Sienna que fica um longo tempo da trama ajudando o protagonista a desvendar um anagrama típico dos filmes anteriores. A dupla não possui química e o filme ganha um ritmo extremamente lento que beira o sono do espectador. À medida que os personagens desvendam as chaves do mistério, o público desperta do sono profundo e não consegue acompanhar o desenvolvimento da narrativa. O roteiro é o grande responsável pelo provável desinteresse na trama, pois repleto de flashbacks  sempre prende o ritmo para dar importância ao interesse amoroso do vilão e de Robert. Mesmo com potencial suficiente para prender o espectador, o roteiro se perde em subtramas desnecessárias. O suspense proposto torna-se previsível em vários momentos e enfraquece o roteiro. A cada pista proposta, o público já está há anos luz da trama, principalmente, no arco de Felicity.

Uma pena que com uma temática extremamente atual, um lunático com pretensões drásticas que acredita piamente possuir a salvação da humanidade e a ganância do ser humano são uma combinação fatal que poderia render um terceiro filme interessante. Inferno se perde no decorrer do segundo ato e auxila o espectador para que este entre em sono profundo com os flashbacks constantes. Definitivamente, Inferno são os flashbacks.

Nota do CD:
2 out of 5 stars


Sinopse: O renomado professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon (Tom Hanks) acaba parando na Itália e se envolve em mais uma aventura, dessa vez envolvendo um bilionário lunático que criou um vírus para dizimar metade da população humana acreditando seriamente que essa é a unica maneira de salvar o planeta. Agora, ele se vê em uma jornada em que procura desvendar os mistérios do clássico da literatura “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, para conseguir encontrar esse vírus mortal antes que pessoas mal intencionadas o liberem.

Ficha Técnica:
Gênero: Suspense
Direção: Ron Howard
Roteiro: David Koepp
Elenco: Felicity Jones, Tom Hanks, Alessandro Fabrizi, Alessandro Grimaldi, Ana Ularu, Attila Árpa, Ben Foster, Björn Freiberg, Cesare Cremonini, Christian Stelluti, Fausto Maria Sciarappa, Ida Darvish, Irrfan Khan, James Fred Harkins Jr., Jon Donahue, Juan Ignacio Pita, Kata Sarbó, Lili Gesler, Luca Fiorilli, Martin Angerbauer, Mehmet Ergen, Mirjam Novak, Omar Sy, Paolo Arrighetti, Peter Linka, Peter Schueller, Sidse Babett Knudsen, Simone Mariani, Xavier Laurent
Produção: Andrea Giannetti, Brian Grazer, Michael De Luca

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