segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Resenha do Filme: Ben-Hur (1959)

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A cidade: Jerusalém. O século: I. Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu se reencontra com seu amigo de juventude Messala (Stephen Boyd), então chefe das legiões romanas na cidade. Porém, um desentendimento de cunho político faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como um escravo, mesmo tendo plena convicção da inocência do amigo. Mas o destino de Ben-Hur ainda reserva uma oportunidade de vingança além da imaginação de qualquer um.

A aventura do herói nos leva a uma fuga surpreendente de um barco de escravos em plena batalha, a sua vingança contra os seus carrascos na famosa e violenta corrida de quadrigas e até um fatídico encontro com Jesus Cristo em pessoa.

E não só a história impressiona. Falar em filmes épicos e não citar Ben-Hur como o épico dos épicos, seria simplesmente imperdoável. Cenas memoráveis, trilha sonora impactante, sequências surpreendentes (principalmente para a época!), milhares de figurantes, armaduras, cenários grandiosos, tudo em Ben-Hur impressiona, a começar pela atuação do incrível Charlton Heston, que segura o filme de ponta a ponta, mostrando que sua escalação para o mercador/ escravo/ vingador não foi a toa. Ele é definitivamente “Ben-Hur“. Sem dúvidas, nem contestações.

As cenas memoráveis do filme, e suas locações também são um show a parte. A épica cena da corrida de bigas entrou para a história e com todo o mérito. Sua preparação foi minuciosa para garantir a beleza, fluidez e veracidade. O telespectador é levado para o século I, como se estivesse vivendo aquela situação. Outro ponto alto do filme é o seu roteiro que conta a saga de Ben-Hur paralela à história de Jesus Cristo, culminando em um encontro de histórias magistral.

O filme, como quase todos os épicos é grande, 4 horas de duração. Para os não acostumados, o filme pode até cansar, mas ele se propõe a não deixar que isso ocorra, pois “amarra” a sua história, com passagens que empolgam. Porém, por ter sido lançado com as 4 horas, os cortes da fita original acabaram originando alguns hiatos (como a transformação de Ben-Hur em um exímio condutor de bigas. Faltou dizer como isso aconteceu!)

Claro que como um bom filme de época, lançado na época de ouro de Hollywood, rendeu várias indicações ao Oscar, sendo recordista com um total de 12, melhor filme, melhor diretor (William Wyler), melhor direção de arte a cores, melhor ator (Charlton Heston), melhor ator coadjuvante (Hugh Griffith), melhor fotografia, melhor figurino a cores, melhor efeitos especiais, melhor montagem, melhor trilha sonora, melhor som e melhor roteiro adaptado, não sendo vencedor apenas da última categoria.

Algumas curiosidades são interessantes sobre o filme. Os atores Burt Lancaster, Marlon Brando e Rock Hudson recusaram o papel de Judah Ben-Hur; no roteiro original os personagens de Ben-Hur e Massala teriam uma relação homossexual, porém o diretor do filme sabia que Charlton Heston jamais aceitaria representar um personagem com tendências homossexuais, passou tal informação somente para Stephen Boyd, intérprete de Massala, e assim é perceptível esse tom no personagem; o barco romano utilizado nas filmagens era em tamanho real, produzido por um autêntico arquiteto especializado em arquitetura romana, porém ele afundou nas primeiras filmagens, o que fez com que ele fosse colocado num tanque, onde a água teve que ser “pintada” de azul para dar realismo às cenas; a cena da corrida de quadrigas durou 94 dias, custou 1 milhão de dólares, utilizou 8.000 figurantes e 76 cavalos; a trilha sonora, obra do Miklós Rózca foi composta em 8 semanas; esta foi a 3ª adaptação para o cinema da história de Ben-Hur, sendo que as adaptações de 1907 e 1926 foram mudas.

Ben-Hur é sem dúvida um filme obrigatório para quem gosta de cinema, para quem gosta de história e para quem simplesmente gosta de se deixar levar para outra época.

Nota do CD:
5 out of 5 stars


Sinopse:
Em Jerusalém, o rico Judah Ben-Hur (Charlton Heston) começa a se identificar com seus compatriotas que querem se livrar do domínio de Roma, acabando por entrar em conflito com seu amigo, o romano Messala (Stephen Boyd). Um acidente faz com que Ben-Hur seja levado a Gales, mas sua sorte muda quando ele salva a vida de um nobre romano que o adota como filho. Filme recordista em números de Oscar: recebeu 11, em 1960.


Ficha Técnica:
Gênero: Drama
Direção: William Wyler
Roteiro: Karl Tunberg, Lew Wallace
Elenco: André Morell, Cathy O’Donnell, Charlton Heston, Finlay Currie, Frank Thring, George Relph, Haya Harareet, Hugh Griffith, Jack Hawkins, Martha Scott, Sam Jaffe, Stephen Boyd, Terence Longdon
Produção: Sam Zimbalist
Fotografia: Robert Surtees
Trilha Sonora: Miklós Rózsa
Duração: 212 min.
Ano: 1959
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)

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