terça-feira, 16 de agosto de 2016

Pets – A Vida Secreta dos Bichos


pets

Animações deixaram de ser filmes para crianças já fazem alguns anos. A qualidade que, cada vez mais, o gênero atinge, aumenta gradativamente a legião de pessoas, de todas as idades, que correm para as sessões de cinema em busca de uma película interessante, alegre, capaz de fazer refletir e inteligente. Nos últimos anos, diversos foram os filmes que atingiram este patamar diferenciado. Divertida Mente, vencedor do Oscar deste ano, é um grande exemplo de obra com todas as características citadas acima, mas muitas outras excelentes animações podem ser mencionadas: Toy Story 3Wall-EUp – Altas Aventuras. Em 2016, o grande destaque do gênero foi, até então, Zootopia – Essa Cidade é o Bicho. Dito isso, não podemos considerar Pets – A Vida Secreta dos Animais uma película fraca ou ruim, mas podemos afirmar que não consegue atingir o nível destas obras citadas nesta introdução.

Não tenho dúvida de que a animação será um sucesso de bilhetaria, aliás, pelo mundo afora já faturou cerca de US$ 500 milhões, mas ao término da sessão fiquei com a sensação de ter visto um filme, que é impossível de não gostar, mas muito fácil de esquecer. Impossível, também, é não lembrar da franquia Toy Story, pois enquanto esta busca retratar a vida dos bonecos na ausência de seus donos, Pets – A Vida Secreta dos Animais, questiona o que os animais de estimação aprontam enquanto seus donos não estão em casa.

E é com essa premissa que somos apresentados a Max (Louis C.K. / Danton Mello), um cãozinho de estimação, apaixonado por sua dona, mas que vê a vida mudar ao ela decidir adotar um vira-lata chamado Duke ( Eric Stonestreet / Tiago Abravanel). Acostumado com atenção exclusiva, ele não fica nada satisfeito com a novidade e faz de tudo para atrapalhar a vida do novo “irmão”, porém os dois acabam se metendo em uma confusão com os animais abandonados, que vivem no esgoto, e que, liderados pelo coelho Bola de Neve (Kevin Hart / Luis Miranda), buscarão vingança.

O trabalho técnico da produção auxilia, e muito, no processo de conquista do espectador, que, sem dúvidas, será rapidamente cativado pelos animais. O design é sensacional e todos os personagens, além de muito bem desenhados, possuem uma personalidade atrelada as características que estamos acostumados, ou seja: Cachorros são agitados, apaixonados por seus donos e gostam de atenção. Gatos são mais tranquilos, menos afoitos e não fazem tanta questão de serem paparicados. Essa é uma decisão muito acertada, pois irá logo remeter aos donos de animais, seus bichinhos queridos, que estão em casa, enquanto eles estão no cinema. A criação desse laço afetivo é fundamental para o sucesso da película e o primeiro ato, de apresentação e desenvolvimento do perfil dos personagens, é o ponto mais forte da obra.

O problema começa, exatamente, quando a aventura precisar surgir em cena. Em nenhum momento emerge um senso de urgência ou um temor pelo bem dos personagens. Mais parece que eles estão simplesmente se divertindo do que de fato sob o risco de nunca mais encontrarem com sua dona. Os único risco fica por conta do controle de animais, mas, mesmo assim, sem grande efeito. Não há também a preocupação em desenvolver melhor as sub-tramas dos protagonistas. O único momento dedicado a afetar o emocional do público não funciona e aparece e desaparece sem causar nenhum tipo de sentimento. Alguém aqui se comoveu com a história do antigo dono de Duke? Quando eu ia começar a gostar, ela simplesmente evaporou e nunca mais foi lembrada. O coelho Bola de Neve, com algumas falas que até considerei pesada para a criançada, também não é muito bem desenvolvido. Todos podemos imaginar como será o seu final, mas muito pouco sabemos de seu passado para comprar o sentimento de raiva, sim soou para mim como raiva, que ele tem perante os humanos.

O grupo de resgate também não consegue acrescentar muito à trama, o que me faz pensar que, com um número reduzido de personagens, menos tempo dedicado a apresentações e mais vontade de arriscar, poderíamos ter um filme acima da média. Não me entendam errado, mesmo com todos esses problemas considero uma diversão válida para a família, porém o filme do diretor Chris Renaud, famoso por Minions e Meu Malvado Favorito, acaba sendo um daqueles clássicos, cujo o trailer é superior a obra completa.

Nota do CD:
2.5 out of 5 stars


Sinopse: O cachorrinho Max vive confortavelmente em um apartamento de Manhattan, mas sua soberania muda quando seu dono traz para casa um viralata folgado chamado Duke. Logo de cara os dois não se dão bem, mas precisam se unir quando um coelhinho branco chamado Snowball constrói um exército de animais abandonados que pretende se vingar de todos os pets que possuem dono.

Ficha Técnica:
Gênero: Animação
Direção: Chris Renaud, Yarrow Cheney
Roteiro: Brian Lynch, Cinco Paul, Ken Daurio
Elenco: Albert Brooks, Bobby Moynihan, Dana Carvey, Ellie Kemper, Eric Stonestreet, Hannibal Buress, Jenny Slate, Kevin Hart, Lake Bell, Laraine Newman, Louis C.K., Steve Coogan
Produção: Christopher Meledandri
Trilha Sonora: Ken Schretzmann
Ano: 2016
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 25/08/2016 (Brasil)
Distribuidora: Universal Pictures
Estúdio: Illumination Entertainment / Universal Pictures

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