terça-feira, 28 de abril de 2015

Vingadores – A Era de Ultron

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Depois de muita espera, muitos teasers e spoilers, finalmente chega aos cinemas Vingadores: A Era de Ultron para alívio e desespero dos aficcionados por quadrinhos e/ou obras do gênero. O filme de Joss Whedon encerra mais um ciclo do universo Marvel nos cinemas e abre janelas para novas possibilidades desse mundo que conquistou milhões de fãs. O maior receio da maioria das pessoas que criaram expectativas com a sequência era de justamente todo o material divulgado ter estragado possíveis surpresas e a graça de assistir o filão. Bem, de tudo já lançado antes da estreia somente havia visto dois trailers, então para mim quase tudo, principalmente no campo visual, foi novidade.

Na continuação vemos os Vingadores reunidos novamente em missões especiais para proteger a humanidade. Traumatizado com os eventos em Nova York que aconteceram no primeiro filme, Tony Stark se sente responsável por criar um programa de manutenção da paz que deixaria a Terra livre de possíveis invasores. Mas os planos de Stark dão errado e sua invenção vira-se contra ele e começa a buscar a destruição dos seres humanos por ver como a única maneira de salvar o planeta que os mesmos habitam. Então, o Homem de Ferro junto com Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffallo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) começam a buscar a melhor forma de destruir Ultron (James Spader).

Logo na cena inicial, vemos nos primeiros momentos do filme elementos que já prendem quem assiste e que lembra muito o começo do primeiro longa. Todos os Vingadores estão lutando juntos numa cena com muitos cortes e que  mostra cada personagem principal para o espectador. Os planos entrecortados fazem com que o público entre já no clima de ação e não consiga tirar os olhos da tela para não perder um minutos do que se passa, há um dinamismo potente e já uma conexão unida com uma química entre os protagonistas. Nessa cena também vemos situações que se estenderão ao longo do filme e que trazem uma sensação de continuidade para toda a obra.  A Viúva Negra colocando o Hulk pra dormir, a aparição dos gêmeos Aprimorados, a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Mercúrio (Aaron Taylor Johson) e a frase do Capitão América que será referência de piada até o final.

Já que toquei nesses três pontos, eis que me dedico logo a desenvolvê-los. Primeiramente a dupla de irmãos. Durante toda a hype dos Vingadores algumas coisas preocupavam sobre os gêmeos. a entrada deles no grupo me parecia muito artificial e forçada, como se todo novo filme dos Vingadores personagens novas precisassem ser inseridas. Além disso a Feiticeira parecia bastante sem graça (mesmo interpretada pela cada vez melhor e com atuação mais madura, a não gêmea Olsen, com o perdão da piada infame) e Mercúrio tinha a missão de ser mais ou igualmente interessante ao Mercúrio de X-men – Days of future past, porque a personagem foi um dos maiores destaques do universo mutante em 2014. A construção da razão na qual as personagens estavam decididas a se unir com Ultron por não confiar que Stark pudesse fazer isso é muito plausível e bem inserida na trama até mesmo para o desfecho quando a Feiticeira finalmente percebe as intenções ruins do vilão. Por falar na telepata, ela teve um desenvolvimento sólido e acrescentou muito para a trama, ao contrário do que esperava, teve uma quantidade de camadas em suas reações e escolhas. Já seu irmão, não obteve tanto carisma e relevância para os acontecimentos. Ele foi um bom coadjuvante do coadjuvante, não passou vexame, mas também poderia ter sido trocado por qualquer outro herói.

Desde a primeira sequência do filme, como já havia dito, vemos a Viúva Negra colocando o Hulk para dormir. Essa cena marca a relação dos dois no filme e,principalmente, o crescimento de Natasha em toda a franquia desde que apareceu pela primeira vez. O clima de romance entre os dois é bem construído e não se prende a momentos melosos e sim destaca o conflito entre a pessoa que ambos querem ser e o que devem ser. Os dois têm um lado “monstruoso” que gostariam de esconder e, ainda assim, uma vontade de ficar juntos, construir algo por gostar um do outro. A impossibilidade da união deles não vem de um tiro de um vilão ou de peripécias da trama e sim se torna um fato que se deve pois nenhum deles pode fugir de seu destino, não podem dividir o momento de amar e viver e de lutar para salvar a humanidade. Está tudo muito imbricado e entrelaçado, não há como escapar e isso é mostrado ao longo da obra com parcimônia e sem pressa deixando ainda mais crível o conflito.

Sobre a piada do Capitão América…ah…então, tudo começa com um momento muito artificial e forçado na cena de abertura onde Stark fala um palavrão, assustado Steve Rogers repudia e reclama com o Homem de Ferro e isso no meio da luta onde todo mundo está atirando, Rogers está numa moto em alta velocidade. Ficou estranho e empurrado guela abaixo do espectador. Mas tudo bem, esse momento “awkward” pode ser perdoado já que a partir dessa piadinha sem graça surgem tiradas muito boas ao longo do filme. O melhor é que todos os Vingadores têm a oportunidade de um momento para “zoar” o Capitão e que essas situações são bem espalhadas pelo longa dando tempo para o público dar uma esquecida e depois pensar “putz, eles não esqueceram mesmo.” Alias, o tom cômico das obras da Marvel não se perde nessa sequência e é mais explorado ainda. Inclusive, o vilão da história, interpretado pelo sempre engraçado e afiado James Spader, Ultron, tem um humor ácido e muito peculiar, tornando sua vilania menos  maniqueísta, mais palpável e crível. Os momentos em que Ultron age como se visse obrigado a reagir misturam a graça da ironia e um certo medo de até onde pode ir aquela personagem.

Porém, o maior destaque desse filme, a personagem que faz a trama crescer é Visão (Paul Bettany). Construído para ser a melhor versão de Ultron, o herói termina sendo unido à Jarvis e se tornando um ser mais justo e com um senso de racionalidade direcionado para o caminho da paz sem destruição. Não há o que criticar nessa personagem em sua ainda inicial vida nessa sequência de Vingadores. Sua criação é um dos momentos mais surpreendentes do filme, seu uniforme foi muito bem pensado e é uma extensão do corpo dele (sem esquecer da capa, claro) , na batalha final ele arrebenta e está em muitos dos momentos cruciais, quando ele pega o machado de Thor traz umas das partes mais engraçadas e a explicação pra ainda ter o sem graça nessa franquia, Thor e em sua cena final com Ultron tem a melhor fala e o momento mais belo de todo o longa.

A sequência dos Vingadores não perde em dinamismo, coerência e entretenimento para o primeiro filme e ainda ganha por ter um vilão que é mais ameaçador e tem mais camadas e possibilidades do que Loki, ganha também por trazer mais coesão no time dos Vingadores e a importância também individual de cada, por responder questionamentos e trazer outros que nos deixam curiosos e intrigados. Agora, não consigo negar que Guerra Civil parece ainda mais empolgante que o próximo Vingadores, mas vamos ver os próximos filmes e acontecimentos em todo enorme e extenso universo que a Marvel está criando

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