sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Não deixe de assistir: A TEORIA DE TUDO (The Theory Of Everything)

teoriadetudo
Seria necessária muita imaginação para um roteirista ou escritor qualquer criar um personagem tão extraordinário como é Stephen Hawking. Felizmente, ele é de carne e osso, o que torna tudo ainda mais fantástico.
A mesma imaginação seria exigida para se construir uma história de amor tão incrível e tocante quanto a vivida por Stephen e Jane. Mas ela existiu -- e rendeu três filhos e três netos, além de uma amizade para a vida toda.
Nem os melhores médicos conseguiriam imaginar que o jovem diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica chegaria aos 73 anos. Na época, diziam que ele não viveria mais que dois anos. Mas faltava a eles imaginação tão fértil quanto a fornecida pela vida real.
E quem imaginaria um sujeito de 21 anos disposto a desafiar Albert Einstein e perseguir uma teoria da física que, até então, nunca tinha sido pensada? Que explicaria o surgimento do universo! Ninguém, mas é que não temos a mesma imaginação do gênio em questão.
Stephen, ao contrário de outros gênios (como o Turing, do filme "O Jogo da Imitação"), não tinha qualquer problema para se relacionar socialmente com as pessoas. Pelo contrário: era um fanfarrão. Tomava todas com os amigos, paquerava a menina bonita da festa e acabou se casando com ela. Para tornar tudo ainda mais fora do lugar, ele é um gênio extremamente bem-humorado, desses que fazem piada com tudo (aceitou até fazer uma ponta em "The Big Bang Theory"!), embora também seja capaz de proferir as frases mais profundas sobre nossa existência -- inimaginável -- no universo.
Tais como esta que entrou para a história:
"There should be no boundaries to human endeavor. We are all different. However bad life may seem, there is always something you can do, and succeed at. While there's life, there is hope." (Não deve haver limites para o esforço humano. Nós somos todos diferentes. E por pior que a vida possa parecer, sempre há alguma coisa que você pode fazer, e ser bem-sucedido nela. Enquanto houver vida, há esperança.)
Stephen tem uma inteligência tão sem limites que é capaz de superar todas as limitações físicas que se impuseram em sua vida precocemente.
Para fazer este papel dificílimo, extraordinário, carismático e genial, seria preciso haver um ator além da nossa imaginação. E ele existe: Eddie Redmayne se esforçou tanto para cumprir esse papel, de maneira tão obsessiva, que chegou a ficar imóvel e encurvado até nos intervalos entre as cenas. Por fim, segundo os bastidores no site IMDB, um ortopedista disse que a coluna dele ficou torta de vez por causa da atuação! Mas o resultado valeu a pena: depois de assistir ao filme, o Stephen Hawking verdadeiro enviou um email ao diretor James Marsh dizendo que, em alguns momentos, ele achou que estivesse assistindo a si mesmo na tela.
(É como ele diz, não há limites para o esforço humano...)
Eddie concorre, obviamente, na categoria de melhor ator principal (que ele já abocanhou em prêmios importantes, como o Globo de Ouro e o Bafta, considerado o Oscar britânico). Se eu achava que Benedict Cumberbatch merecia esse prêmio, agora não acho mais. Ele também foi ótimo, mas Eddie não deixou pra ninguém. Foi além da imaginação. Já Felicity Jones cumpre o papel de Jane de forma exemplar, mas não extraordinária. O filme ainda concorre pelo roteiro delicado, sensível e emocionante, que me fez chorar em vários momentos. Pela música, que você pode ouvir AQUI. E na categoria principal, de melhor filme.
Se até Hawking disse que o filme é preciso, só nos resta torcer para que a academia não cometa nenhum erro de cálculo nesta premiação.

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