O caminhão do meu pai, de Mauricio Osaki, está entre os dez pré-selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para concorrer ao Oscar de melhor curta-metragem. Apenas três a cinco filmes serão escolhidos para chegar à disputa, na cerimônia marcada para 22 de fevereiro de 2015. Os indicados serão anunciados no dia 15 de janeiro.
O filme de Osaki é a primeira coprodução entre Brasil e Vietnã, e foi todo rodado no país asiático. Ele conta a história de uma menina que passa o dia com seu pai dentro de um caminhão pelas estradas vietnamitas.
Através da relação entre um pai e uma filha, queria mostrar essa minha experiência de choque de visões, e sobretudo a história de amor por trás dela. É assim que vejo a Ásia: um lugar de mudanças, mas, no fundo, que preserva a cultura e a civilização.
O caminhão do meu pai fez sua estreia mundial na mostra Geração do Festival de Berlim e depois seguiu uma bem sucedida carreira em festivais internacionais. Ele foi escolhido como o melhor curta em mostras como o 26º Cinelatino — Encontros de Toulouse, na França, o Festival Internacional de Curtas-Metragens de Pusan, na Coreia do Sul, e o Festival de Curtas-Metragens de Bruxelas, na Bélgica.
Os outros nove concorrentes ao Oscar de curta-metragem são “Aya”, de OdedBinnun e MihalBrezis; “BaghdadMessi”, de Sahim Omar Kalifa; “Boogalooand Graham”, de Michael Lennox; “ButterLamp”, de Hu Wei; “CarryOn”, de Yatao Li; “Parvaneh”, de TalkhonHamzavi; “The Phone call”, de MatKirkby; “SLR”, de Stephen Fingleton e “Summer Vacation”, de Tal Granit e Sharon Maymon. Desses, três a cinco filmes serão escolhidos para chegar à disputa do Oscar, na cerimônia marcada para 22 de fevereiro de 2015. Os indicados serão anunciados em 15 de janeiro.
Atualmente na China, onde está preparando seu próximo curta-metragem, previsto para começar a ser rodado em janeiro, Osaki comentou o fato por e-mail dizendo: “Foi uma boa notícia e ao mesmo tempo surpreendente ver que o filme entrou na “short-list”. Havia muitos filmes excelentes, então é uma honra poder entrar nessa seleta lista. É imprevisível o que pode acontecer. Vamos esperar e torcer. ”
O cineasta conta que seu próximo projeto é um longa inspirado no próprio curta. “Já tem algum tempo que estou trabalhando junto com a Sara Silveira, da Dezenove Som e Imagens, uma versão longa metragem para o curta. Estamos tentando editais de desenvolvimento e produção. É um projeto de uma logística muito difícil mas que queremos muito fazer. ”
Antes de O caminhão do meu pai, Osaki fez curtas como Lembrança (2009) e Quando tudo formiga (2004). Ele também foi assistente de edição nos longas-metragens O banheiro do papa (2007) e Chega de saudade (2007).
“Eu passei minha infância viajando, e felizmente minha carreira de cineasta me possibilita continuar viajando, conhecendo novos lugares e culturas, indo cada vez mais longe, e assim vou coletando estórias, não só as minhas, mas também as que acontecem a minha volta e me tocam” – ele reflete sobre sua obra.
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