quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Caio Gentil Carvalho conta como começou cedo a fazer projetos autorais

Caio Gentil Carvalho nasceu em São Paulo em 1989 e não esperou a “hora certa” para fazer projetos autorais no audiovisual. Sempre inquieto, ainda criança mudou diversas vezes de colégio e, quando chegou a faculdade, não foi diferente. “Cursei um ano de História no Paraná mas desisti. Voltei pra São Paulo e comecei a fazer faculdade de Cinema, mas não gostei e saí. Acabei fazendo a graduação em Audiovisual do Senac junto com o curso de formação da Academia Internacional de Cinema”, conta.

Nessa época, Carvalho começou a aprimorar técnica e linguagem audiovisual na prática, com os projetos relacionados aos cursos. Fez direção de arte no curta Dois Goles de Conhaque e um Perfume Qualquer (2011), direção de arte no curta Só Um (2011), fotografia still no longa Vera, filmado em 2012 e ainda não finalizado. No segundo ano de faculdade, em 2011, Carvalho estagiou por seis meses na Mira Filmes, uma produtora de conteúdo original para cinema, TV, internet, fundada por Gustavo Rosa de Moura, Marina Person e Carmem Maia.

Logo em seguida, ele começou a trabalhar como freelancer em produções de clipes de artistas independentes. Em 2013 fez a produção de Surdo Mudo, de Rafael Castro, dirigido por Filipe Franco e José Menezes. No ano seguinte, repetiu a dose produzindo Pra Vender Mais, Agradar Mais, Se Falar Mais, dirigido pela mesma dupla, também para Rafael Castro. “Tem projeto que eu corri atrás, mas aí conhecidos acabam sabendo o que você faz e começam a te convidar para participar dos projetos deles. Nem sei bem como acontece, mas é sempre assim, um projeto te leva ao próximo”, reflete.

A inserção no cenário musical abriu outras frentes para Caio, como a direção e roteiro do clipe Prosa de um Silêncio, da banda Vitrola Sintética. A peça destaca-se por ter sete minutos em plano sequência. Outro detalhe é que o áudio captado ao vivo, e não foi usado o áudio do disco, como tradicionalmente se faz.

“O Caio é uma pessoa muito conectada com a música independente, está sempre junto e disposto a escutar as coisas novas que a gente faz. Isso faz muita diferença para saber quem vai conseguir alcançar e pensar parecido de você, por isso foi natural chamá-lo”, conta Felipe Antunes, vocalista, guitarrista e letrista da banda.

Desde 2013 Caio assina a direção, produção e edição do programa de internet Uma Banda Por Aí. Caio escreveu o argumento com Paulo Marcondes e iniciou a produção. São episódios de cerca de dez minutos nos quais uma banda brasileira pega carona em um carro preparado com nove câmeras Gopro, microfones dinâmicos e condensadores, além de quatro amplificadores, sendo três para guitarras e um para contrabaixo. “A maior dificuldade é amplificar tudo evitando um som acústico. Por isso usamos uma bateria de 90 ampères com um inversor de voltagem de 2500 watts. Para a captação de áudio estávamos usando dois gravadores de mão da Zoom, o H4N, e agora iremos usar uma interface da Zoom, a R24”

Cada banda participa de dois episódios: um com conversa e outro com músicas. As conversas não têm roteiro e são inspiradas por uma notícia de rádio real ou produzida especialmente para o programa, mas sempre com um viés de “mundo bizarro”.“Estou pensando em como alterar esse projeto. Não quero que seja um programa com linguagem televisiva na internet. Acho que a plataforma tem muito mais a oferecer, mas ainda preciso definir o melhor formato”.

Carvalho conta que a melhor as melhores plataformas para o programa têm sido o You Tube e o Facebook, por isso, no próximo ano ele vai continuar investindo na internet. “Acabei de finalizar um piloto de talk show, com o Danislau, da banda Porcas Borboletas, como entrevistador. No piloto ele entrevista a si mesmo, mas a ideia é que a gente sempre convide pessoas envolvidas com o mundo das artes, como músicos, escritores, atores, fotógrafos”, explica.

Além da internet, o cineasta já tem outros projetos em vista. Ele assina roteiro e direção no curta-metragem Gatunos, que ainda não está disponível para visualização porque a maioria dos festivais exige que os curtas sejam inéditos.

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