No ano em que o projeto Cine Tela Brasil comemora 10 anos de existência, dois personagens não poderiam deixar de ser apresentados mais de perto para nossos leitores. José Carlos da Silva e Edson Souza não só participaram do projeto, como protagonizaram a história, ao lado dos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi e, em 2014, criaram a Ibirajá Produções, que assumiu o comando do Cine Tela Brasil, agora com o nome de Cine em Cena.
Os dois conheceram o Cine Tela quando o projeto ainda estava no papel e encantados com a proposta, decidiram mergulhar fundo na empreita, antes mesmo de o projeto chegar às ruas. José Carlos lembra que quando viu o desenho da tenda, ficou fascinado, mas teve muito medo de dar esse grande passo, pois sabia que precisaria deixar muita coisa pra trás. “Fiquei com receio de largar o que já fazia porque, inicialmente, seriam só sete meses de trabalho. Mas quando chegou a primeira viagem, eu disse: ‘Não consigo não ir. Quero muito’”, conta Edson, em depoimento ao livro Cine Tela Brasil e Oficinas Tela Brasil: 10 anos levando cinema a escolas públicas e comunidades de baixa renda.
José Carlos nasceu em Barreiros, interior de Pernambuco, numa época em que a cidade tinha dois cinemas. O primeiro contato com uma sala de cinema se deu quando, aos 12 anos, o amigo, filho da dona de uma das salas o convidou para conhecer. Foi amor a primeira vista, tanto que José Carlos pediu a dona que o deixasse trabalhar no cinema e assim, mais próximo a sua primeira paixão, começou a trabalhar como faxineiro e logo se tornou assistente do projecionista. “Se chegava alguém do juizado de menores, que era uma coisa muito comum na época, eu tinha de sair correndo e me esconder na casa vizinha. Os filmes eram todos para maiores de 18 anos”, lembra.
Em 1987, quando se mudou para São Paulo, estava decidido ao não trabalhar mais com cinema, que segundo acreditava, só tinha glamour para quem produzia e escrevia. Muitas vezes a cópia de um filme chegava sete meses depois de ter estreado em São Paulo e no Rio, o que gerava desinteresse naturalmente do público.
Depois de trabalhar com tecelagem por quase sete anos, José Carlos acabou voltando a trabalhar com projeção, em um momento em que houve uma greve de projecionistas e ele recebeu uma proposta muito boa, que acabou aceitando. Mesmo assim, logo se desiludiu com a profissão, novamente. “Lembro que uma vez, em São Roque, tive de cancelar uma sessão porque a cópia não chegou. O filme que ia passar era Orfeu [1999]”, contou.
Já quase convencido a abandonar de vez, foi procurado pelos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi para consertar um projetor de 35 mm, que trouxeram da Itália, e acabou se tornando projecionista no Cine Mambembe.
Assim como aconteceu com José Carlos, Edson acabou participando do Cine Tela Brasil por acaso: aconselhado por um amigo, tentou uma vaga na produtora Cia. Ilustrada e depois seguiu trabalhando em outras produtoras, até conhecer Luiz Bolognesi, e ser chamado para “uma força” na implantação do Cine Tela Brasil. No primeiro teste de produção Edson conheceu José Carlos e começou a participar dos testes de equipamento. Entendeu então que, mesmo que houvesse pedras pela estrada, o caminhão deveria ir sempre onde o cinema não está. Sua função, como produtor, era tornar tudo possível, ir aos lugares para fazer as chamadas visitas técnicas e deixar tudo encaminhado para quando fossem acontecer as sessões.
Edson nunca teve uma ligação muito forte com a sétima arte, mas ela estava presente em sua vida, desde a infância, quando reunia amigos para ver filmes na TV. No livro ele conta que, em um primeiro momento, não se deu conta que a proposta do Cine Tela Brasil estava totalmente ligada a sua trajetória. “O que sei é que desde a primeira sessão, em Jundiaí, minha identificação com o projeto foi muito, muito forte”, conta.
Uma década de lembranças, levando o cinema para todos os cantos do país foi, marcaram o trabalho de Edson e José Carlos, que se envolveram com o projeto e presenciaram muita coisa inesquecível e emocionante. José Carlos se lembra de vários momentos, um deles quando uma criança pediu a mãe que a levasse até o caminhão, para se despedir deles.
Desde o início de 2014 o Cine Tela Brasil passou a se chama Cine em Cena e segue sob o comando dos dois, que são sócios da Ibirajá Produções, produtora que atende a demandas de patrocinadores por projetos de cinema itinerante. O Cine em Cena mantém a característica itinerante do Cine Tela Brasil, com uma estrutura que viaja desmontada e, agora, também com cinema 3D. O cinema permanece no local por três dias com quatro sessões diárias, antes de seguir viagem.
Os dois conheceram o Cine Tela quando o projeto ainda estava no papel e encantados com a proposta, decidiram mergulhar fundo na empreita, antes mesmo de o projeto chegar às ruas. José Carlos lembra que quando viu o desenho da tenda, ficou fascinado, mas teve muito medo de dar esse grande passo, pois sabia que precisaria deixar muita coisa pra trás. “Fiquei com receio de largar o que já fazia porque, inicialmente, seriam só sete meses de trabalho. Mas quando chegou a primeira viagem, eu disse: ‘Não consigo não ir. Quero muito’”, conta Edson, em depoimento ao livro Cine Tela Brasil e Oficinas Tela Brasil: 10 anos levando cinema a escolas públicas e comunidades de baixa renda.
José Carlos nasceu em Barreiros, interior de Pernambuco, numa época em que a cidade tinha dois cinemas. O primeiro contato com uma sala de cinema se deu quando, aos 12 anos, o amigo, filho da dona de uma das salas o convidou para conhecer. Foi amor a primeira vista, tanto que José Carlos pediu a dona que o deixasse trabalhar no cinema e assim, mais próximo a sua primeira paixão, começou a trabalhar como faxineiro e logo se tornou assistente do projecionista. “Se chegava alguém do juizado de menores, que era uma coisa muito comum na época, eu tinha de sair correndo e me esconder na casa vizinha. Os filmes eram todos para maiores de 18 anos”, lembra.
Em 1987, quando se mudou para São Paulo, estava decidido ao não trabalhar mais com cinema, que segundo acreditava, só tinha glamour para quem produzia e escrevia. Muitas vezes a cópia de um filme chegava sete meses depois de ter estreado em São Paulo e no Rio, o que gerava desinteresse naturalmente do público.
Depois de trabalhar com tecelagem por quase sete anos, José Carlos acabou voltando a trabalhar com projeção, em um momento em que houve uma greve de projecionistas e ele recebeu uma proposta muito boa, que acabou aceitando. Mesmo assim, logo se desiludiu com a profissão, novamente. “Lembro que uma vez, em São Roque, tive de cancelar uma sessão porque a cópia não chegou. O filme que ia passar era Orfeu [1999]”, contou.
Já quase convencido a abandonar de vez, foi procurado pelos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi para consertar um projetor de 35 mm, que trouxeram da Itália, e acabou se tornando projecionista no Cine Mambembe.
Assim como aconteceu com José Carlos, Edson acabou participando do Cine Tela Brasil por acaso: aconselhado por um amigo, tentou uma vaga na produtora Cia. Ilustrada e depois seguiu trabalhando em outras produtoras, até conhecer Luiz Bolognesi, e ser chamado para “uma força” na implantação do Cine Tela Brasil. No primeiro teste de produção Edson conheceu José Carlos e começou a participar dos testes de equipamento. Entendeu então que, mesmo que houvesse pedras pela estrada, o caminhão deveria ir sempre onde o cinema não está. Sua função, como produtor, era tornar tudo possível, ir aos lugares para fazer as chamadas visitas técnicas e deixar tudo encaminhado para quando fossem acontecer as sessões.
Edson nunca teve uma ligação muito forte com a sétima arte, mas ela estava presente em sua vida, desde a infância, quando reunia amigos para ver filmes na TV. No livro ele conta que, em um primeiro momento, não se deu conta que a proposta do Cine Tela Brasil estava totalmente ligada a sua trajetória. “O que sei é que desde a primeira sessão, em Jundiaí, minha identificação com o projeto foi muito, muito forte”, conta.
Uma década de lembranças, levando o cinema para todos os cantos do país foi, marcaram o trabalho de Edson e José Carlos, que se envolveram com o projeto e presenciaram muita coisa inesquecível e emocionante. José Carlos se lembra de vários momentos, um deles quando uma criança pediu a mãe que a levasse até o caminhão, para se despedir deles.
Desde o início de 2014 o Cine Tela Brasil passou a se chama Cine em Cena e segue sob o comando dos dois, que são sócios da Ibirajá Produções, produtora que atende a demandas de patrocinadores por projetos de cinema itinerante. O Cine em Cena mantém a característica itinerante do Cine Tela Brasil, com uma estrutura que viaja desmontada e, agora, também com cinema 3D. O cinema permanece no local por três dias com quatro sessões diárias, antes de seguir viagem.
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