quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Cinquenta Tons Mais Escuros

Os tons ficaram mais embaçados, assim não dá pra te ajudar!
No primeiro filme, a curiosidade era mundial. Os que conheciam o best-seller, e gostavam, queriam ter certeza que veriam algo à altura do livro. Ele cumpriu o seu papel num filme romanceado sobre um homem sadomasoquista e sua nova conquista. Nunca quis ser o típico filme-cabeça ou um filme pornográfico. Queria mexer com a mente da mulher (ou do homem) que pensa no sexo de forma mais agressiva, mas que nunca teve coragem de expor tal situação. O filme, de forma “limpa e soft”, trouxe uma moça para um mundo irreal, pelo menos para ela, mas cheio de curiosidades e fantasias no imaginário de muitos. Era bem simpático, quase Uma Linda Mulher dos tempos atuais, com alguns ajustes, para o bem ou para o mal. A ótima diretora Sam Taylor-Johnson conseguiu dar veracidade aos fatos, num filme com boa tensão sexual, ótima presença da protagonista (Dakota Johnson), uma bela fotografia e trilha sonora que tinha ótima ligação com a história.
Para a nossa tristeza mudaram a direção. No lugar de Sam Taylor, James Foley foi incumbido de ministrar mais uma proeza dos tons acinzentados, e é perceptível que a mudança não fez bem. Foley foi o diretor do longínquo filme da Madona – Quem é Essa Garota – depois de outros, fez o estranho A Estranha Perfeita e algumas séries de tv. Mas sua direção em Cinquenta Tons Mais Escuros ficou das mais fracas possíveis. Mesmo não tendo um grande material em mãos, ele precisava administrar tudo com mais sabedoria e malícia. Não é o que acontece. O filme parece que foi feito às pressas. Cenas jogadas forçadamente. Montagem feia, truncada, não ajudando no desenrolar da trama. E por onde andam a iluminação e a fotografia do primeiro filme? O roteiro virou uma salada. Temos um chefe obsessivo pela funcionária; acidente aéreo; mulher com sintomas homicidas; mulher, mais velha, com síndrome de posse. Tudo isso pra aumentar a tensão, mas em sua maioria só causa “um certo riso”. Muitas situações que ajudariam a contar sua história são desperdiçadas sem um pingo de emoção envolvida, cenas totalmente truncadas. Uma pena.
Uma nova personagem foi inserida à trama (escrava sexual de Christian Grey) para causar suspense, mas o riso é involuntário. Kim Bassinger (Ajuste de Contas), no alto de seus 63 anos, tá cada vez mais linda e loura, mas fria como um congelador. Não vingou! A ótima Marcia Gay Harden (O Nevoeiro) tem mais chance em cena, fazendo a mãe do riquinho sadomasoquista. Só não entendo o seu esposo, que entra mudo e sai calado. O protagonista Jamie Dornan  deu uma pequena melhorada em seu desempenho, mas ainda é difícil acreditar que ele é tudo aquilo que diz ser. Pobre menino rico. Talvez a sua barba por fazer tenha dado um pouco mais de credibilidade em sua situação de “homem perverso”. Já Dakota Johnson (Need for Speed) tem brilho maior. A garota sabe mesclar pitadas de inocência com carga de erotismo. Um erotismo que seu par não ajuda em quase nada.  Cabe à Dakota tomar conta do pedaço. Pelo menos tivemos a melhor “virada sexual” do ano. A continuação da “saga” chega em 2018, veremos o que Cinquenta Tons de Liberdade, que foi filmado junto com Cinquenta Tons Mais Escuros, poderá ajudar nesse desfecho.
Nota do CD:
★★☆☆☆
Sinopse:Christian Grey tenta, novamente, seduzir Anastasia Steele. Ela, de início não quer ceder, mas depois decide dar uma nova chance a Grey. Algumas coisas do passado voltam para atormentar “o casal”.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
Gênero: Romance
Direção: James Foley
Roteiro: E.L. James, Niall Leonard
Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Luke Grimes, Rita Ora, Victor Rasuk, Bella Heathcote, Kim Basinger, Eric Johnson, Hugh Dancy, Marcia Gay Harden, Eloise Mumford.
Produção: Dana Brunetti, E.L. James, Michael De Luca
Fotografia: John Schwartzman
Montador: Richard Francis-Bruce
Trilha Sonora: Danny Elfman
Duração: 115 min.
Ano: 2017
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 09/02/2017 (Brasil)
Distribuidora: Universal
Estúdio: Universal Pictures
Classificação: 12 anos

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