A última edição do Festival de Cannes nos trouxe exemplares dignos do Maior Festival de Cinema do Planeta. Além do Espetacular Aquarius, super representante do melhor cinema Brasileiro, outro competidor que se destacou positivamente foi o longa “Elle”, que estréia nesta semana em Circuito Nacional.
Dirigido pelo Holandês Paul Verhoeven, que nos brindou com os ótimos “Instinto Selvagem”, “O Vingador do Futuro”, a primeira versão de “Robocop” e o polêmico “Showgirls” – igualmente odiado e adorado por muitos.
O Diretor possivelmente encontrou em Isabelle Huppert ( Amor “A Professora de Piano”, “Madame Bovary” e outras pérolas) o veículo perfeito para sua visão de mundo. Em seu primeiro filme em francês, Elle, o provocativo diretor deixa nos ombros da atriz parisiense a responsabilidade por tornar possível um roteiro que deve causar polêmica entre certos grupos feministas.
O filme, afinal, abre com a brutal cena do estupro da protagonista. Poderosa proprietária de uma desenvolvedora de games, Michelle (Huppert) é violentada em sua própria casa. No entanto, o evento parece apimentar nela suas fantasias eróticas, além dos esperados sentimentos de vingança.
A princípio tal premissa parece extremamente ofensiva, algo contrário a todo o empoderamento feminino pelo qual batalha-se hoje. Mas Verhoeven é um mestre como poucos. E da sua aliança com Huppert sai um filme memorável.
Dessa ideia controversa ergue-se uma heroína formidável. Da brutalidade e humilhação não brota uma mulher vingativa, mas alguém que, ainda que se sinta ofendida, usa sua nova realidade para fazer mudanças. Ao ver-se privada de seus direitos, a protagonista se enrijece em sua determinação por controle, e fica mais feminina no processo.
O fato de ela ser uma desenvolvedora de games não é gratuito. Enquanto enfrenta seus próprios demônios – um filho imbecil, uma mãe prestes a embarcar em um casamento de conveniência, um amante carente e, por último, um pai assassino serial -, Michelle lidera na empresa uma equipe completamente masculina, em um meio essencialmente machista. E a história que é contada no jogo, pelos cantos do filme, reflete a própria transformação da heroína.
O roteiro de Verhoeven e a atuação da francesa são tão bons que em momento algum isso parece uma jornada de redescoberta ou coisa assim. Michelle não foi forçada a mudar pelo ocorrido. Ela domina todas as suas escolhas – da primeira à última do filme. O estupro foi um infortúnio, que ela dobra e consome sua energia, como num inimigo derrotado nos games.
Baseado no romance Oh…, de 2012, de Philippe Djian, Elle é preciso, incisivo e cuidadosamente costurado, com doses equilibradas de humor negro e sarcasmo que Huppert entrega intensamente. É Verhoeven em um dos melhores momentos de sua brilhante carreira.
O filme, afinal, abre com a brutal cena do estupro da protagonista. Poderosa proprietária de uma desenvolvedora de games, Michelle (Huppert) é violentada em sua própria casa. No entanto, o evento parece apimentar nela suas fantasias eróticas, além dos esperados sentimentos de vingança.
A princípio tal premissa parece extremamente ofensiva, algo contrário a todo o empoderamento feminino pelo qual batalha-se hoje. Mas Verhoeven é um mestre como poucos. E da sua aliança com Huppert sai um filme memorável.
Dessa ideia controversa ergue-se uma heroína formidável. Da brutalidade e humilhação não brota uma mulher vingativa, mas alguém que, ainda que se sinta ofendida, usa sua nova realidade para fazer mudanças. Ao ver-se privada de seus direitos, a protagonista se enrijece em sua determinação por controle, e fica mais feminina no processo.
O fato de ela ser uma desenvolvedora de games não é gratuito. Enquanto enfrenta seus próprios demônios – um filho imbecil, uma mãe prestes a embarcar em um casamento de conveniência, um amante carente e, por último, um pai assassino serial -, Michelle lidera na empresa uma equipe completamente masculina, em um meio essencialmente machista. E a história que é contada no jogo, pelos cantos do filme, reflete a própria transformação da heroína.
O roteiro de Verhoeven e a atuação da francesa são tão bons que em momento algum isso parece uma jornada de redescoberta ou coisa assim. Michelle não foi forçada a mudar pelo ocorrido. Ela domina todas as suas escolhas – da primeira à última do filme. O estupro foi um infortúnio, que ela dobra e consome sua energia, como num inimigo derrotado nos games.
Baseado no romance Oh…, de 2012, de Philippe Djian, Elle é preciso, incisivo e cuidadosamente costurado, com doses equilibradas de humor negro e sarcasmo que Huppert entrega intensamente. É Verhoeven em um dos melhores momentos de sua brilhante carreira.
Sinopse:
Michele é a executiva-chefe de uma empresa de videogames e muito bem-sucedida na profissão, apesar de odiada por alguns de seus funcionários. Com um passado obscuro e uma relação conturbada com a mãe, ela aparenta ser uma pessoa fria e sarcástica e isso se estende a sua vida amorosa. Entretanto, sua rotina rígida e organizada é quebrada depois que ela é atacada por um desconhecido dentro de sua própria casa.
Michele é a executiva-chefe de uma empresa de videogames e muito bem-sucedida na profissão, apesar de odiada por alguns de seus funcionários. Com um passado obscuro e uma relação conturbada com a mãe, ela aparenta ser uma pessoa fria e sarcástica e isso se estende a sua vida amorosa. Entretanto, sua rotina rígida e organizada é quebrada depois que ela é atacada por um desconhecido dentro de sua própria casa.
Ficha Técnica:
Gênero: Thriller
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: David Birke
Elenco: Alice Isaaz, Anne Consigny, Anne Loiret, Arthur Mazet, Charles Berling, Christian Berkel, David Léotard, Hugo Conzelmann, Hugues Martel, Isabelle Huppert, Jonas Bloquet, Judith Magre, Laurent Lafitte, Loïc Legendre, Lucas Prisor, Nicolas Beaucaire, Raphaël Lenglet, Stéphane Bak, Vimala Pons, Virginie Efira
Produção: Michel Merkt, Saïd Ben Saïd
Fotografia: Stéphane Fontaine
Montador: Job ter Burg
Gênero: Thriller
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: David Birke
Elenco: Alice Isaaz, Anne Consigny, Anne Loiret, Arthur Mazet, Charles Berling, Christian Berkel, David Léotard, Hugo Conzelmann, Hugues Martel, Isabelle Huppert, Jonas Bloquet, Judith Magre, Laurent Lafitte, Loïc Legendre, Lucas Prisor, Nicolas Beaucaire, Raphaël Lenglet, Stéphane Bak, Vimala Pons, Virginie Efira
Produção: Michel Merkt, Saïd Ben Saïd
Fotografia: Stéphane Fontaine
Montador: Job ter Burg
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