quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Kubo e as Cordas Mágicas


kubo

Depois de chamar a atenção do mundo com Coraline E O Mundo SecretoParaNorman e Os BoxTrolls, os estudios Laika retorna para contagiar o público com Kubo e as Duas Cordas, uma animação, em stop-motion, simplesmente sensacional e com imagens impressionantes, capazes de colocar qualquer animação digital no bolso. Cada frame foi pensado nos mínimos detalhes e cada canto da tela pode ser apreciado, com louvor, pelo espectador. Melhor do que isso, não se trata de uma obra incrível apenas pelo visual, mas também pelo seu ritmo empolgante e por ter a coragem de contar uma história que, apesar de não ser muito inovadora, é inteligente e apresentada de maneira diferente.

>> Esse filme faz parte de nossa cobertura do Festival do Rio 2016 (Confiram mais críticas)
A trama de Kubo e as Duas Cordas apresenta um garoto, que cuida de sua mãe todas as noites e durante o dia conta histórias em uma praça no japão. Kubo chama a atenção do público com seu shamisen mágico, um instrumento japonês, que a medida que é tocada vai dando vida a origamis. A única recomendação de sua mãe é que não esteja longe de casa após o anoitecer, mas um certo dia, quando decidiu visitar o túmulo do seus pais, o garoto perde o horário e entra em um grande perigo, sendo perseguido por suas tias e seu avô, que no passado arrancaram um olho seu e pretendem arrancar o outro e transforma- em um ser como eles.
O roteiro se preocupa em ir se revelando aos poucos e mantendo uma linha de suspense intrigante. Nada é entregue de primeira e a jornada de aventura do herói só tem a ganhar com isso, pois vamos descobrindo os segredos da vida do protagonista, a medida que ele também vai percebendo tudo que ocorreu consigo no passado. Além disso, não canso de repetir, acrescido de elementos visuais deslumbrantes, lindos esteticamente e que levaram uma década para ficarem prontos. Kubo e as Duas Cordas é maravilhoso, essa é a única palavra que tenho para o filme e poderia resumir esta resenha a ela. Além de contar com um espírito de aventura marcante, estão presentes diversas mensagens importantes relacionadas a lidar com as perdas da vida, o amor familiar, a capacidade de perdoar e a importância das memórias.

A equipe de dubladores faz um trabalho muito bom e conseguem emocionar. Aliás, as vozes incríveis de Art Parkinson (Game Of Thrones), Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas) e Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria), fazem toda a diferença para o sucesso de Kubo e as Duas Cordas. Matthew não deixa um personagem abobalhado soar exagerado ou fútil e Charlize não deixa uma personagem cuidosa, extremamente segura e cheia de cobranças, não ser chata e atrair ao público.

Há uma pitadinha de terror sim no filme, afinal estamos falando de um jovem que teve o olho arrancado pelo avô e o longa possui algumas cenas mais assustadoras, mas as mensagens são muito mais poderosas do que qualquer medo que a produção possa vir a causar. Um filme marcante, que sem dúvidas se torna a melhor animação do ano e deve disputar o Oscar ao lado de Zootopia.

Nota do CD:
5 out of 5 stars


Sinopse: Kubo em uma pequena vila no Japão com sua mãe. No entanto, sua vida muda completamente depois que um espirito vingativo do passado faz com que todos os tipos de deuses e monstros o persigam. Para sobreviver, ele terá de encontrar uma armadura mágica usada por seu pai.

Ficha Técnica:
Gênero: Animação
Direção: Travis Knight
Roteiro: Chris Butler, Marc Haimes
Elenco: Alpha Takahashi, Art Parkinson, Brenda Vaccaro, Cary-Hiroyuki tagawa, Charlize Theron, George Takei, Laura Miro, Matthew McConaughey, Michael Sun Lee, Minae Noji, Ralph Fiennes, Ranjani Brow, Rooney Mara
Produção: Arianne Sutner, Travis Knight
Montador: Christopher Murrie
Trilha Sonora: Dario Marianelli
Duração: 102 min.
Ano: 2016
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 13/10/2016 (Brasil)
Distribuidora: Universal
Estúdio: Laika Entertainment
Classificação: 10 anos

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