sábado, 15 de outubro de 2016

Elis

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Não conheço o trabalho de Elis Regina, mas depois de conferido seu filme, Elis, dirigido por Hugo Prata e bastante aplaudido no Festival de Gramado deste ano, prometo passar a conhecer. Aliás, foi assim também com Cazuza e Tim Maia, quando suas biografias foram lançadas. Conhecia algumas músicas, mas não o trabalho a fundo e fui pesquisar mais sobre eles e apreciá-los como realmente merecem. Uma coisa era sabida, seu talento era algo absurdo, sua voz era muito potente e seu sucesso era inevitável.

Elis, acompanha os passos da cantora desde a sua chegada ao Rio de Janeiro, quando ainda buscava seu espaço e tentava fazer algum sucesso pela noite carioca. Seu pai demonstrava preocupação com o sonho da filha, a queria famosa, mas tinha interesses e temia o que ela faria com o dinheiro que poderia vir a ganhar. Sua primeira chance foi na boate de Miele e Ronaldo Boscôli, que ao perceber o potencial da jovem gaucha, resolveram investir nela, mesmo com algumas trocas de farpo, que a fizeram, após já reconhecida pelo público, largar tudo e rumar para São Paulo, onde explodiria nacionalmente e internacionalmente.

Descrever mais algo da trama é estragar as surpresas para quem, como eu, não conhecia sua história. O que posso dizer é que Elis é um filme competente, mas, como de costume, se apresenta, de certa forma, quadrado, pois ,como em outros filmes brasileiros, citados nesta introdução, sabem introduzir o personagem, possuem boas atuações, mas não possuem a coragem necessária para ir a fundo nos problemas e medos vividos por eles. O que faz, de verdade, essa cinebiografia especial é a atuação de Andreia Horta (Muita Calma Nessa Hora), que foi eleita a melhor atriz em Gramado, pois a atriz se entrega de coração ao papel, com riso fácil e cativante e conseguindo dar a intensidade necessária, que a interpretação de Elis Regina precisa para vender as constantes mudanças comportamentais da cantora.

Aliás, esse é o maior defeito do filme, que a transforma em uma pessoa confiante muito rápido, a leva a ascensão mais depressa ainda, a transforma em uma pessoa insegura, também, muito rápido e a leva a decaída, praticamente, na velocidade da luz. Não é algo que impeça o filme de Hugo Prata de ser acima da média, mas é algo que me incomoda, pois sempre me encanto pelos personagens, mas saiu da sessão acreditando não a ter conhecido por completo.

Fará bastante bilheteria e será muito bem apreciado pelo público. Isso é certo! Alguns estão dizendo que Elis reencarnou em Andreia e não seria algo improvável de se imaginar.  Sorrisos, Trejeitos e a presença de palco são idênticos e ganham mais força ainda com o restante trabalho do elenco, que também aparece bem em cena, com destaque para Gustavo Machado, como Bôscoli e Caco Ciocler como César Camargo. Assistam! Elis Regina merece e vocês também.

Nota do CD:
3.5 out of 5 stars


Sinopse: Longa-metragem de ficção baseado na vida da cantora Elis Regina, considerada a maior cantora do Brasil. O filme acompanha Elis desde sua chegada ao Rio de Janeiro, aos 19 anos, até sua morte trágica e precoce.

Ficha Técnica:
Gênero: Biografia
Direção: Hugo Prata
Roteiro: Hugo Prata, Luiz Bolognesi, Vera Egito
Elenco: Andréia Horta, Caco Ciocler, Gustavo Machado, Júlio Andrade, Lúcio Mauro Filho, Zecarlos Machado
Fotografia: Adrian Teijido
Montador: Tiago Feliciano
Duração: 110 min.
Ano: 2016
País: Brasil
Cor: Colorido
Estreia: 24/11/2016 (Brasil)
Distribuidora: Downtown Filmes
Estúdio: Bravura Cinematográfica

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