quinta-feira, 23 de julho de 2015

É professor e quer incluir o audiovisual em sala de aula? Saiba o que é necessário


É professor e gostaria de aplicar o cinema em sala de aula, mas ainda tem dúvidas de como fazer? O Portal Tela BR conversou com alguns especialistas da área que deram dicas de como iniciar esse processo e esclareceram algumas questões.
Em junho de 2014, foi aprovada a lei nº 13.006 que determina que “a exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, duas horas mensais.” Esta inclui um parágrafo ao artigo 26 da lei 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Recentemente, o Portal Tela BR abordou detalhadamente sobre a lei (leia aqui). Um pouco antes da aprovação, também conversamos com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), quando falou sobre o projeto e sobre a dificuldade que tem sido, hoje em dia, manter as crianças em uma sala de aula (leia aqui).

Para Luciana Bessa, coordenadora do Projeto Cineclube nas Escolas da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ), o pontapé inicial para que o professor leve o cinema para dentro de sala de aula é ter um planejamento e conhecimento sobre as leis.  “Ele deve, primeiramente, ter claro quais os objetivos dele com essa exibição e conhecer a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) e do Audiovisual. Não é possível alugar filmes de locadora e exibi-los em sala de aula, em função da Lei dos Direitos Autorais. Os professores podem entrar em contato com os detentores dos direitos autorais do filme que desejam exibir e solicitar deles a autorização para sua exibição na escola. Um bom começo é fazer contato com a produtora do filme”, explica.

Outra maneira de incluir o audiovisual no ambiente de ensino é montar um Cineclube. O educador Edu Abad já contou no Portal Tela BR como isso é possível (Veja aqui). Frank Ferreira, presidente do Cineclube Latino-Americano, que programa há dois anos uma sala no Memorial da América Latina, e colaborador do Cineclube Darcy Ribeiro, endossa a receita. “Não é preciso pedir licença para ninguém para montar e fazer funcionar um cineclube. Em resumo, são instituições sem fins lucrativos, democraticamente dirigidas, que têm compromissos éticos e estéticos com o bom cinema e com os cinemas nacionais”, conta.

Desde 2011, a Escola Municipal George Pfisterer faz parte do Projeto Cineclube nas Escolas da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. “No cineclube, as sessões fixas são realizadas às quartas, no recreio. Frequentam cerca de 20 alunos de manhã e 20 alunos no período da tarde. Também temos atividades e oficinas fora do horário escolar”, detalha a professora de história Isabel Gonçalves.

Ao dar dicas para os professores que não fazem parte de um cineclube e têm interesse em exibir filmes durante as aulas, Luciana Bessa reforça a importância de saber sobre as leis. “É importante que os professores conheçam as leis que regulam essa prática e acompanhem a regulamentação da Lei 13.006/2014, que determina a exibição de filmes de produção nacional por, no mínimo, duas horas mensais, nas escolas brasileiras, questões do tipo como adquirir legalmente os filmes, o que fazer após a exibição, as relações dessa proposta com o currículo e a formação dos professores interferem diretamente na viabilidade da proposta em sala de aula”, ressalta

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