Vista poucas vezes em exibição e fora do alcance do público há quase duas décadas, a instalação Waking Up in News America, do artista norte-americano Robert Heinecken (1931-2006), agora volta a rodar o mundo e ocupa uma sala inteira do MIS. Reconhecido mundialmente pelo seu trabalho experimental e inovador, o artista concebeu a obra em 1986 e, assim como seu legado, mesmo no contexto do século XXI, levanta questionamentos ainda contemporâneos sobre os efeitos dos meios de comunicação de massa, em especial, a televisão.
Sobre o artista
Robert Heinecken nasceu em 1931 em Denver e cresceu em Riverside, Califórnia. Apesar de produzir um trabalho essencialmente fotográfico, foram poucas as vezes nas quais ele de fato tomou uma câmera nas mãos. Grande parte de seu trabalho foi gerada a partir de imagens preexistentes, como revistas, colagens, videogramas e fotogramas, o que fez com que ele se autodenominasse um “parafotógrafo”.
Em 1962, ele fundou a disciplina de fotografia na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles) onde ensinou até 1991. Em 1964, ajudou a fundar a Sociedade para a Educação Fotográfica, uma organização de professores de nível universitário. Ele também ensinou na Escola do Instituto de Arte de Chicago, onde sua segunda esposa, Joyce Neimanas, estava na faculdade. Eles dividiram seu tempo entre as duas cidades por vários anos antes de se mudarem para o Novo México em 2004.
Atuando como designer gráfico e gravurista, Heinecken esteve por muito tempo interessado no modo como a percepção individual é moldada pelo noticiário, pornografia e propaganda, e lançou mão das imagens de TV e impressas por toda sua carreira. No fim dos anos 70, depois de uma série de eventos em sua vida, incluindo um incêndio que destruiu seu estúdio em 1976, Heinecken seguiu por um novo caminho e injetou sua própria subjetividade como objeto a trabalhar, propositalmente apagando as linhas que separavam quem ele era e quem ele tinha assumido ser por conta das mensagens midiáticas que lhe circundavam e formavam a vida visual norte-americana.
Durante sua vida ele foi mostrado principalmente em galerias de fotografia tradicionais, mas duas galerias de arte contemporânea de Los Angeles começaram a expor seu trabalho após a sua morte em 2006: Marc Selwyn Fine Art e Cherry and Martin. Curadores como Eva Respini do MoMA de NY colocam o seu trabalho em uma linha de arte conceitual comparada ao de gigantes como Cindy Sherman, John Baldessari e Richard Prince.
De março a junho de 2014 uma retrospectiva da obra de Robert Heinecken foi apresentada no MoMA de NY e, em seguida, no Hammer Museum, de Los Angeles. Diversas outras mostras, individuais ou coletivas, do artista tomaram conta de museus no mundo todo
Curadoria: Danniel Rangel Produção: Mega Cultural Patrocínio: SKY
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