quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Moira Toledo, uma das supervisoras das Oficinas Tela Brasil, acredita no poder transformador do audiovisual na educação

Essa semana o Portal conta um pouco da trajetória da professora e educadora Moira Toledo, que durante sete anos coordenou uma das equipes das Oficinas Tela Brasil, com a proposta de “alfabetizar” para o audiovisual. Moira também idealizou a proposta pedagógica do Portal Tela Brasil e do KinoOikos.

Moira já atuou como educadora e colaboradora pedagógica em projetos como o Perifa, as Oficinas Kinoforum, as Oficinas do Festival do Minuto, a Casa do Zezinho e a Academia Internacional de Cinema.  Além disso, foi consultora das áreas de Multimeios e Artes Plásticas do projeto Fábricas de Cultura, da Secretaria Estadual de Cultura de SP.

O envolvimento da educadora com o cinema veio antes mesmo de conhecer a sétima arte, quando, ainda criança, percebeu a desigualdade no mundo. Em entrevista ao livro recém-lançado Cine Tela Brasil e Oficinas Tela Brasil: 10 anos levando cinema a escolas públicas e comunidades de baixa renda, dos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, a educadora conta que ainda criança se envolveu com política, com o pensamento de que poderia mudar o mundo. Logo se desiludiu e ingressou na faculdade de Ciências Sociais, com o mesmo pensamento, que, com o tempo, também se perdeu. “Como já tinha trabalhado como produtora de shows e teatro, passei a achar que através da cultura talvez pudesse fazer a revolução”, revelou. Foi com esse raciocínio que ingressou na faculdade: fazer filmes que mudassem o mundo. Em partes o sonho não se perdeu; mas ele não seria executado exatamente dessa forma. Moira conta que no segundo ano de faculdade foi convidada para dar uma oficina de cinema em uma escola pública no Pico do Jaraguá, localizado na periferia de São Paulo. “O sentimento, já nos primeiros dias, foi: ‘Entendi porque fiz esse caminho todo’”, se tranquilizou.

A oficina promovida pela Prefeitura reunia um grupo de dez pessoas com as quais Moira se envolveu intensamente, a ponto de fazerem real diferença na vida de muitos dos jovens que participaram. Moira lembra que na ocasião uma menina disse que havia desistido de ser médica para se tornar cineasta. A afirmação trouxe bastante reflexão para a educadora e para o projeto, mas de tudo ficou uma certeza reconfortante: “Naquele momento ficou claro para mim que era assim que eu ia mudar o mundo. A mudança tinha, obrigatoriamente, de passar pela educação”, concluiu Moira.

A educadora mergulhou cada vez mais nesse universo e foi concluindo que o processo audiovisual é um processo de humanização, que ajuda o aluno a se desenvolver. “Isso vai ter impacto em todos os setores da vida dele. Se ele vier a trabalhar com audiovisual, terá sido um efeito colateral; mas o mais importante é a transformação pela qual passou ao longo da oficina”, explicou em depoimento ao livro.

Durante os setes anos em que as Oficinas foram realizadas, duas equipes conduziram as oficinas simultaneamente. Com visões distintas de como “alfabetizar” para o audiovisual, as equipes da Ouroboros, comandadas por Moira Toledo, e da Corte Seco, por Edu Abad, fomentaram, cada uma do seu jeito, a criação e expressão dos alunos.

As Oficinas Tela Brasil colocaram 205 educadores em campo, atenderam 3.158 alunos que produziram 407 curtas-metragens e Moira foi uma peça fundamental de todo o processo.  Para a educadora, além de generosidade para dividir o aprendizado com os alunos e da paixão pelo trabalho, “o educador tem de ter empatia com os moradores dos lugares mais miseráveis do Brasil, e entender onde está, respeitando os

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